Uma estimativa feita pela ONG Rede Brasil AVC divulgada neste mês apontou que 18% dos casos de derrame no País afetam jovens adultos que possuem entre 18 e 45 anos. Conforme a organização, entre janeiro e agosto de 2024, o Brasil teve uma média de seis mortes por hora em decorrência de AVC, com 39.345 óbitos no período. O levantamento foi feito com base no Portal de Transparência do Registro Civil.

De acordo com um estudo publicado no “The Lancet Neurology”, o número de casos de AVC aumentou em 70% entre 1990 e 2021, com 11,9 milhões de ocorrências no total. As mortes em decorrência de derrame aumentaram em 44% no período.

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Segundo o artigo, fatores ambientais como o aumento da temperatura e a poluição do ar possuem impactos na incidência de AVC na população com menos de 50 anos.

A neurologista Thaís Leite Secchi, do Hospital Moinhos de Vento e da Rede Brasil AVC, em Porto Alegre (RS), explica que muitos casos de derrame ocorrem em jovens adultos por conta de condições de risco como pressão alta, diabetes, obesidade e sedentarismo. “A má alimentação, o consumo excessivo de álcool e o tabagismo também desempenham papéis significativos nesses casos”, aponta a especialista.

Conforme a médica, muitos dos casos de derrame poderiam ser prevenidos caso houvesse controle sobre os fatores de risco antes da emergência. “Essa conscientização sobre o AVC é crucial, porque muitas vezes o público acaba não reconhecendo sinais de alerta e subestima seu risco vascular”, comenta Thaís.

De acordo com a especialista, a procura por atendimento e exames de check-up regulares são cruciais na prevenção à doença. “Monitorar a pressão e os níveis de colesterol é muito importante. Mudanças no estilo de vida, como manter uma dieta equilibrada e a prática regular de atividade física, redução de estresse, do tabagismo e de uso de álcool excessivo são cruciais.”

Thaís recomenda uma alimentação rica em frutas, vegetais, grãos integrais e evitar o consumo excessivo de sal e açúcar é importante para prevenir um derrame.

Os sintomas do AVC apontados pela neurologista são:

  • Fraqueza súbita de um lado do corpo. No rosto, braço ou perna;
  • Dificuldade para falar ou entender a fala;
  • Parar de enxergar em um ou ambos os olhos;
  • Dificuldade na coordenação e no equilíbrio;
  • Confusão mental e perda de memória súbita;
  • Dor de cabeça muito forte, diferente das habituais que o paciente possa ter.

No caso de uma emergência, quando uma pessoa apresenta sinais e sintomas associados ao AVC, o atendimento imediato é essencial para evitar que o paciente sofra com sequelas e tenha maiores chances de recuperação.

**Estagiário sob supervisão