Você sabia que Che Guevara previu a miséria econômica de Cuba? O país enfrenta hoje a maior crise em sua economia desde o colapso da União Soviética. Nos últimos anos, a moeda cubana perdeu valor, e a inflação disparou. As prateleiras das lojas estão quase sempre vazias, e o preço do combustível subiu em mais de 500%.

E essa crise se explica por alguns fatores. Cuba é muito dependente de importações, por exemplo. Sua produtividade interna é baixa e pouco diversa.

Mas esses problemas centrais remontam a questões estruturais que Che Guevara discutiu há mais de meio século. Che foi um dos líderes da Revolução que derrubou o ditador Fulgêncio Batista em 1959.

O que talvez você não saiba sobre o “guerrilheiro heroico” é que ele foi presidente do Banco Nacional de Cuba. E depois ministro da Indústria, lá nos anos 60.

Ele não era nem economista nem acadêmico. Mas a gestão dele foi marcada por uma busca constante pela industrialização de Cuba. Assim como por elevar a consciência política e revolucionária dos trabalhadores. Para ele, isso aumentaria a produtividade cubana.

Che defendia também diversificar a economia e a atividade agrícola. Lembrando que, na época da Revolução, Cuba era basicamente monoprodutora de açúcar.

A ideia do argentino era tornar a ilha menos dependente de recursos externos. Além de aumentar o consumo interno. Medidas macroeconômicas que suavizariam a atual crise se implementadas. E tudo isso respeitando as características nacionais.

Che não queria replicar o que estavam fazendo na União Soviética. Ele defendia inclusive usar mecanismos capitalistas. Coisa que países como China e Vietnã fizeram e se deram muito bem.

Mas, segundo especialistas, nesse quesito, Cuba falhou. A ilha era refém de subsídios soviéticos. E, apesar da insistência de Che, não garantiu o capital necessário para industrializar o país. O que levou o governo a buscar maior rentabilidade no curto e médio prazo.

Por exemplo, dando ênfase às exportações de cana e aumentando o comércio com o bloco socialista. O que aconteceu foi que, com o fim da União Soviética e do auxílio financeiro, o país não conseguiu desenvolver meios para estabilizar sua economia. Levando à crise que assola os cubanos hoje.