É comum observar que os seres humanos vão reduzindo o número de amigos com o passar dos anos. Com isso em mente, a antropóloga Zarin P. Machanda, da Tufts University, e a psicóloga e antropóloga Alexandra G. Rosati, da University of Michigan, começaram a se perguntar se os chimpanzés tinham o mesmo comportamento.

De acordo com a Dra. Machanda, a ideia na mente dos humanos quando envelhecemos é: “Não tenho tempo para essas pessoas negativas na minha vida. Não quero perder meu tempo com toda essa negatividade”. Sendo assim, nós nos concentramos em alguns bons e poucos amigos e investimos neles. Essa explicação tem o nome de teoria da seletividade socioemocional.

Junto com alguns colegas, as estudiosas relataram na revista Science, nesta quinta-feira (22), que ao menos os chimpanzés machos fazem a mesma coisa que os humanos. A equipe analisou apenas os machos pelo fato de eles já serem mais difíceis de fazer amizade enquanto as fêmeas são mais ligadas aos grupos familiares. 

Sendo assim, eles seriam mais fáceis de serem analisados. À medida que eles envelheciam, os machos desenvolveram mais amizades mútuas e menos amizades unilaterais. Além disso, eles também exibiram uma abordagem mais positiva em relação ao grupo como um todo.

De acordo com as autoras do estudo, outros primatas não seguem esse tipo de padrão necessariamente. Alguns outros macacos tendem a se afastar das relações sociais e seus níveis de agressividade continuam altos mesmo depois de mais velhos.