País asiático havia proibido importação do produto em maio, quando uma granja comercial no Rio Grande do Sul registrou contaminação por gripe aviária.A China informou nesta sexta-feira (07/11) que suspendeu a proibição de compra de carne de frango brasileira – medida adotada em maio após o primeiro registro de gripe aviária em uma granja comercial no município gaúcho de Montenegro.

A restrição foi revogada de forma imediata, “com base nos resultados da análise de risco”, afirmou a agência alfandegária chinesa em comunicado divulgado nesta sexta-feira, mas datado de 31 de outubro.

O fim do embargo foi comemorado pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). “Gradualmente, todos os grandes importadores voltaram a adquirir carne de frango do Brasil”, afirmou a entidade.

“A suspensão ocorreu no contexto do único foco registrado – e que já foi totalmente superado – de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) na produção comercial de carne de frango do país”, destacou.

China era o principal comprador

Quando o veto foi imposto, há oito meses, a China era o principal destino da carne de frango brasileira, respondendo por 10,8% das exportações entre janeiro e maio, o equivalente a 228,2 mil toneladas. No período, a receita obtida com as vendas ao mercado chinês somou 545,8 milhões de dólares (R$ 2,9 bilhões), informou a ABPA.

Na ocasião, o Brasil também era o maior fornecedor do produto à China. Líder mundial nas exportações de carne de frango, o país vendeu 10 bilhões de dólares em 2024, cerca de 35% do comércio global. Por isso, o embargo foi prejudicial não apenas ao setor produtivo brasileiro, mas também aos principais importadores.

O Brasil se declarou livre da doença em 18 de junho, após desinfetar a granja afetada e não registrar novos casos no prazo de 28 dias. O Ministério da Agricultura e Pecuária intensificou o monitoramento de aves silvestres, a vigilância epidemiológica em criações e a capacitação de equipes técnicas para prevenir novas ocorrências.

Em setembro, a União Europeia também reconheceu que o país estava livre da gripe aviária, permitindo a retomada das exportações brasileiras ao bloco.

Segundo a ABPA, “as autoridades brasileiras empreenderam forte ação diplomática para restabelecer o fluxo comercial nos mercados suspensos”.

“Houve um robusto e profissional processo de negociação, que incluiu a revisão de certificados sanitários para evitar suspensões totais em eventuais novos casos”, acrescentou a entidade.

gq/ra (Reuters, Agência Brasil)