O vulcanologista Sæmundur A. Halldórsson, da Universidade da Islândia, identificou um padrão curioso ao acompanhar por 50 dias a erupção do vulcão Fagradalsfjall, iniciada em 19 de março de 2021.

Com o auxílio de um grupo internacional de colaboradores, Halldórsson coletou a lava e os gases liberados pelo vulcão islandês ao longo de semanas e analisou sua composição química. Ele estava interessado em conhecer a que profundidade o magma se originava e o que acontecia com o reservatório durante a erupção.

Os resultados indicaram que, nas primeiras semanas, o material ejetado pelo vulcão provinha de regiões bem profundas, a mais de 15 quilômetros abaixo da superfície, próximo ao trecho em que a crosta terrestre encontra o manto, a camada imediatamente inferior. Em abril, no entanto, já havia sinais de que o magma inicial tinha se esgotado e a câmara estava sendo abastecida por material de regiões ainda mais profundas do manto. Em maio, o magma de origem profunda já era predominante (Nature, 14 de setembro). Esse ritmo de mudança no perfil da lava foi centenas de vezes mais rápido do que o esperado.

* Este artigo foi republicado do site Revista Pesquisa Fapesp sob uma licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o artigo original aqui.