25/02/2025 - 15:39
Logo após assumir o governo dos Estados Unidos, Donald Trump assinou uma nova ordem afirmando que há somente dois sexos humanos imutáveis e que todos os documentos oficiais do país deveriam ser classificados dessa forma. Porém, cientistas rebateram biologicamente a definição do presidente.
A norma determina que mulheres são aquelas “pertencentes, na concepção, ao sexo que produz a grande célula reprodutiva” e os homens são “do sexo caracterizado por um sistema reprodutivo com a função biológica de produzir esperma”.
Além de ser socialmente excludente, a classificação desvalida cidadãos que carregam diversas variantes genéticas.
“Qualquer definição de sexo usada para determinar quem pode obter um cartão de identificação ou usar um banheiro público precisa levar em conta a variação”, disse Anna Biason-Lauber, endocrinologista pediátrica da Universidade de Friburgo, ao “Science News”.
Segundo os especialistas, a ciência opera com a maioria das características, registrando em que gênero elas aparecem com maior frequência. Contudo, raramente alguém se enquadra em todos os traços atribuídos à um sexo, o que abre margem para as pessoas que produzem os dois gametas.
Os dados da InterAct, uma organização de defesa de jovens intersexo, apontam que cerca de 1,7% da população geral é intersexo, demonstrando que a condição não é única. Além das dificuldades sociais, esses indivíduos podem sofrer com síndrome de Turner, insensibilidade androgênica, síndrome de Klinefelter e outras.
Para os cientistas, o cenário precisa ser contido, já que diversos residentes podem sofrer com a falta de documentos, negação de atendimento médico e violências ligadas a preconceitos.