25/03/2022 - 14:48
De acordo com uma nova pesquisa publicada em 23 de março na revista Biology Letters, os cientistas descobriram um “clube social” secreto de tubarões-brancos nas águas azuis da Ilha de Guadalupe, na costa oeste do México.
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Dezenas de tubarões descem na costa da ilha para se alimentar durante o outono e o inverno, mas, segundo os pesquisadores, um grupo de tubarões-brancos formou panelinhas durante as temporadas de 2017 e 2018. Nesse período, eles preferiam patrulhar por comida com amigos próximos ou em pares do mesmo sexo, às vezes passando mais de uma hora nadando juntos.
Os cientistas ficaram particularmente surpresos com um par de tubarões que passou cerca de 70 minutos nadando juntos. “Setenta minutos é muito tempo para nadar com outro tubarão-branco”, disse o principal autor do estudo, Yannis Papastamatou, cientista marinho da Universidade Internacional da Flórida, em um comunicado.
De acordo com o pesquisador, interações longas como essas provavelmente são “associações sociais” e não apenas interações aleatórias.
Para o estudo, os pesquisadores marcaram seis grandes tubarões brancos (três machos e três fêmeas) perto da Ilha de Guadalupe entre outubro de 2017 e dezembro de 2018.
Os monitores rastrearam a velocidade, profundidade e direção de natação de cada tubarão, e também alertou os pesquisadores sempre que um tubarão marcado se aproximava de outro tubarão marcado. Cada etiqueta, que também continha uma pequena câmera de vídeo, saia da barbatana dorsal do tubarão após cerca de cinco dias.
Nesse período, a equipe registrou centenas de interações sociais entre os grandes tubarões-brancos. Em geral, os tubarões machos preferiam sair com outros tubarões machos, enquanto os tubarões fêmeas preferiam a companhia de outras fêmeas.
Mas o comportamento social de cada tubarão variava muito. Um tubarão interagiu com seis outros tubarões em um período de 30 horas antes de sua etiqueta se soltar, enquanto outro tubarão manteve sua etiqueta por cinco dias e interagiu com apenas dois outros tubarões.
Muitas das grandes interações ocorreram perto de um local de reprodução de focas, sugerindo que talvez os tubarões passem mais tempo uns com os outros quando a presa está próxima, para que um tubarão aproveite o sucesso de caça de outro, disseram os pesquisadores.
“Eles não estão trabalhando juntos, mas ser social pode ser uma maneira de compartilhar informações”, sugeriu o cientista. Dado o pequeno tamanho da amostra do estudo, os cientistas concluíram que são necessárias mais observações para tirar conclusões firmes sobre as grandes redes sociais dos tubarões-brancos da Ilha de Guadalupe.