19/09/2025 - 15:21
Uma nova espécie de paquicefalossauro, batizada como Zavacephale rinpoche, foi identificada a partir de um esqueleto inédito bem preservado. O fóssil encontrado na Formação Khuren Dukh, na Mongólia, concede novos detalhes sobre a espécie, seu comportamento e anatomia. O estudo que relata a descoberta foi publicado na “Revista Nature”.
O grupo conhecido como dinossauros com ancas de pássaro, é identificado por seus crânios grossos, ósseos e abobadados, parecidos com um capacete, que eram usados em confrontos com outros animais. Embora sejam populares, até o achado recente poucas informações sobre os paquicefalossauros, um dos mais antigos dinossauros do mundo, eram de conhecimento público.
“Antes do Zavacephale , nosso registro limitava-se quase exclusivamente às suas cúpulas indestrutíveis. Com esqueletos tão escassos, ficamos nos perguntando sobre aspectos básicos de sua anatomia. O novo esqueleto está nos ajudando a preencher as lacunas com seus membros anteriores reduzidos, mãos minúsculas e pedras no estômago para triturar alimentos”, explicou a Dra. Lindsay Zannoabre, cientista e coautora do artigo.
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A dificuldade no encontro de informações sobre os seres extintos se deve a fragmentação de seus restos mortais e a estrutura óssea pequena dos membros da espécie.
“Por um lado, os paquicefalossauros podem ter sido genuinamente raros em seus ecossistemas, de modo que não houve muitas oportunidades para fossilizarem. Por outro lado, eles podem ter vivido principalmente em ambientes interiores, onde a fossilização ocorria com menos frequência”, contou o Professor Paul Barrett, do Museu de História Natural de Londres.

Outro fator que chamou a atenção dos pesquisadores foram os aglomerados de rochas alocados no espaço em que o sistema digestivo do dinossauro estaria. Segundo pesquisas prévias, essa presença não é incomum, já que as pedras engolidas atuariam como um auxiliar do estômago no momento de digestão dos alimentos consumidos.
“No momento, sabemos relativamente pouco sobre a biologia deles, pois conhecemos apenas alguns esqueletos quase completos. Se conseguirmos encontrar mais formações ósseas, isso ajudará a revelar mais sobre como esses dinossauros se moviam e se comportavam”, completou Barrett.