11/07/2025 - 16:39
Um grupo de cientistas anunciou nesta sexta-feira, 11, que a Via Láctea pode ter até 100 pequenas galáxias não identificadas como vizinhas. O resultado foi exibido durante um congresso da Royal Astronomical Society e sugere que esses pequenos astros não foram notados previamente por estarem “muito apagados”.
A análise científica partiu do uso de supercomputadores e novos modelos matemáticos para tentar prever a existência desses inquilinos quase invisíveis. De acordo com os especialistas, a razão central para a dificuldade em notá-las se deve à grande perda de matéria escura em sua composição.
“Sabemos que a Via Láctea tem cerca de 60 galáxias-satélites confirmadas, mas acreditamos que há dezenas de outras, extremamente fracas, girando ao seu redor. Se nossas previsões estiverem corretas, elas reforçam a teoria chamada Lambda-CDM, que explica como o universo evoluiu e como as galáxias se formam”, explicou Isabel Santos-Santos, do Instituto de Cosmologia Computacional da Universidade de Durham, em comunicado.
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Motivos por trás da complexidade do estudo
Com a privação de substância escura, as galáxias anãs perderam parte de sua estrutura e acabaram se separando mais do que o previsto, o que as fez diminuir, enfraquecer e quase não emitir luz.
A existência desses primeiros resultados se tornou importante para a área de pesquisa, já que a investigação completa as suposições de que existiriam mais “corpos celestes fantasmas” nas grandes órbitas. Sendo assim, o estudo confirma que essas galáxias “fantasmas” já existiam, mas seus sinais eram tão apagados que acabaram influenciando diretamente a detecção dos equipamentos.
Os próximos passos do grupo de especialistas será aprofundar as investigações e garantir que o Observatório Rubin, localizado nos Estados Unidos, comece a encontrar mais evidências da descoberta.
“Um dia desses, talvez a gente consiga ver essas galáxias ‘desaparecidas’, o que seria muito empolgante e pode nos ajudar a entender como o Universo chegou ao que é hoje”, finalizou a pesquisadora.