O hábito de fumar maconha é frequentemente associado a um aumento do apetite e à ingestão de alimentos por impulso.

Esse efeito é associado a uma ativação do sistema endocanabinóide no cérebro. Mas os efeitos psicológicos envolvidos nesse fenômeno ainda são pouco estudados. Por isso, cientistas da Universidade de Liverpool, Inglaterra, e da Universidade de Wageningen, na Holanda, resolveram pesquisar mais a fundo esse aspecto do hábito de fumar maconha.

Os pesquisadores submeteram usuários frequentes de maconha a um questionário sobre seus hábitos alimentares sob a influência da cannabis. O questionário foi dividido em duas partes. A primeira incluía perguntas sobre o prazer de comer e as alterações de aspectos sensoriais relacionadas a comer sob a influência da droga. Por exemplo, umas da questões era se a sensação de mastigar era melhor ou se alimentos que o voluntário normalmente não comeria pareciam mais apetitosos.

A segunda parte tratava dos fatores motivacionais que instigam ou promovem o aumento de apetite. Por exemplo, umas das questões era se o voluntário não se sentia satisfeito não importava o quanto comesse.

Os pesquisadores confirmaram o que todo usuário de maconha já sente na prática: que fumar a erva estimula tanto os fatores ligados ao aumento de apetite, que desencadeia a larica, quando os aspectos hedonistas ligados ao alimento, quer dizer, conectados ao prazer de comer, que faz com que os usuários continuem a comer de forma compulsiva.

Outros estudos mostram que o estímulo aos receptores de canabinóides no cérebro melhora o olfato em ratos, e isso poderia ajudar a explicar por que a maconha aumenta o prazer de comer.

O estudo foi publicado na revista científica “Journal of Psychopharmacology“.