A descoberta de uma nova espécie de dinossauro sugere que tais animais, ou ao menos o grupo dos caenagnatídeos, não estavam indo rumo à extinção antes de a Terra ser atingida por um asteroide há cerca de 65 milhões de anos. O novo espécime foi distinguido do Anzu, conhecido como “galinha do inferno” e que integra os caenagnatídeos, após a análise de fósseis encontrados na formação Hell Creek, na Dakota do Sul, Estados Unidos. As informações são da revista Discover.

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Ao fim dos anos 70, foram iniciadas as discussões de que os dinossauros já estavam em declínio quando ocorreu a extinção, já que havia uma menor variedade de espécies encontradas no fim do período Cretáceo. A tese indicaria que o asteroide que acertou a Terra teria sido apenas o estopim para o desaparecimento dos animais.

Acontece que encontrar novos dinossauros se torna difícil pela raridade de encontrar restos em bom estado devido a inúmeros fatores do processo de fossilização. Entretanto, a descoberta de uma nova espécie pode indicar que ao menos o grupo dos caenagnatídeos possuía diversidade no final do Cretáceo.

Uma equipe de pesquisadores da Universidade do Oklahoma analisou o fêmur, a tíbia e dois metatarsos que cientistas acreditavam ser um Anzu juvenil que datava dos últimos dois milhões do Cretáceo. Até então, a espécie conhecida como “galinha do inferno” era a única do grupo dos caenagnatídeos.

O Anzu é conhecido como “galinha do inferno” por ter bicos sem dentes, pernas grandes, asas que não serviam para voo e um corpo coberto de penas, pesando entre 200 e 350 quilogramas. Apesar do nome, não se sabe exatamente a dieta da espécie, acredita-se que eles eram onívoros, se alimentando de vegetais e pequenos animais.

Após cortarem os ossos analisados no meio e observarem os anéis dos fósseis, similares aos que são observados em troncos de árvores e podem auxiliar na determinação da idade de um animal, pesquisadores constataram que o espécime não era um Anzu juvenil, mas sim um dinossauro diferente que integra o grupo dos caenagnatídeos. O nome de Eoneophron infernalis foi dado à nova espécie.

Com isso, os cientistas decidiram conferir os ossos de animais do mesmo grupo que foram atribuídos ao Anzu e encontraram mais uma espécie. Os caegnatídeos agora tem a “galinha do inferno”, um espécime de tamanho médio, com o peso de um ser humano, e um pequeno cujas proporções se assemelham às de um pastor alemão.

A descoberta sugere que o grupo não estava em declínio, o que pode indicar que os dinossauros também rumavam à extinção até o asteroide.