O promécio, um dos elementos mais raros e misteriosos da tabela periódica, foi alvo de estudo de um grupo de pesquisadores do Laboratório Nacional de Oak Ridge, no Tennessee, Estados Unidos. O composto, que é radioativo, foi descoberto em 1945 e é utilizado em diversas tecnologias como marca-passos e naves espaciais. As informações foram publicadas na revista Nature durante a quarta-feira, 22.

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O elemento foi nomeado como uma homenagem a Prometeu, titã da mitologia grega que roubou o fogo dos deuses e o deu aos seres humanos. O promécio integra o grupo dos lantanídeos, 15 metais que se localizam na parte inferior da tabela periódica. Cientistas estimam que menos de um quilograma da substância pode ser encontrado naturalmente na crosta terrestre atualmente.

Os lantanídeos são chamados de “terras-raras” e, apesar de serem abundantes, em desacordo com o nome pelo qual são conhecidos, o problema está na dificuldade de serem isolados de outros elementos.

O método de separação dos lantanídeos é feito por outras moléculas conhecidas como “ligantes” e colocadas em uma solução. “Mas você precisa de muitas e muitas separações repetidas para chegar ao material puro”, explicou a co-autora do estudo Ilja Popovs.

Os pesquisadores do Oak Ridge utilizaram o promécio-147 – isótopo radioativo com meia vida estimada em dois anos e meio – retirado do lixo gerado pela produção de plutônio no intuito de perceber como o elemento se une às moléculas “ligantes” em uma solução.

Assim como os outros lantanídeos, o promécio tende a formar íons com carga tripla positiva. Os pesquisadores colocaram a substância em um “ligante” que possui três elétrons de oxigênio – que são negativos -, gerando um complexo com promécio unido a nove oxigênios.

Posteriormente, o processo foi repetido com o mesmo “ligante” em outros lantanídeos e foi possível compará-los ao promécio, revelando uma diminuição no comprimento da ligação entre os elementos e o oxigênio ao longo dos metais que vão da esquerda para a direita da tabela periódica, possibilitando a visão de um fenômeno conhecido como contração lantanídica.

Além disso, tal contração é mais acentuada entre os primeiros elementos da série – do lantânio ao promécio – do que entre os metais posteriores.