Um grupo formado por pesquisadores do ETHZ (Instituto Federal de Tecnologia de Zurique – em tradução), da Suíça, e da Universidade de Stanford, nos EUA, desenvolveram um gel que combina átomos de ferro com uma proteína do leite e pode auxiliar na desintoxicação por álcool. O estudo foi publicado na revista Nature no domingo, 13, e repercutido pela Science News.

No estudo, foram utilizados ratos de cobaia e foi possível constatar que o gel tem a capacidade de transformar álcool em acetato ao se misturar com a substância no estômago por emular a ação de uma enzima.

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As ressacas são causadas pela ação natural do corpo humano, que quebra o álcool e produz acetaldeído por consequência, substância também responsável por provocar problemas no fígado. O gel consegue realizar o mesmo processo sem causar acumulação de tais moléculas danosas ao nosso sistema.

Nos testes do gel, oito roedores consumiram a substância, enquanto outros oito ratos receberam o gel sem átomos de ferro e mais oito cobaias usaram uma mistura de sais. Todos foram expostos à bebidas alcoólicas 20 minutos depois.

O álcool no sangue das cobaias que ingeriram o gel era consideravelmente menor do que a dos outros roedores – cerca de 200 miligramas por decilitro em comparação a 350 do restante dos animais. Todos os ratos desmaiaram depois da exposição.

Ainda assim, as cobaias que consumiram o gel acordaram duas horas antes dos outros e não tiveram qualquer dano no fígado.

Depois de seis horas, os roedores foram colocados em um recipiente com um labirinto de água e precisavam nadar para encontrar uma saída. Ratos que não consumiram o gel tiveram uma performance mais lenta e ineficiente do que os outros oito.

Apesar disso, os estudos ainda não realizaram testes em humanos mas, caso aprovados, possuem o potencial de prevenir ressacas e reduzir problemas relacionados ao alcoolismo, já que, com o tempo, o consumo de bebidas pode causar danos no coração, fígado e cérebro.

O gel deve ser consumido antes do álcool entrar na corrente sanguínea e não é tão eficiente quanto se ingerido anteriormente, mas ainda ajuda na quebra de moléculas de acetaldeído.

Um levantamento de 2023 apontou que 5% da população mundial sofre de doenças no fígado relacionadas ao consumo de bebidas alcoólicas.