Observações do telescópio James Webb apresentadas por pesquisadores da Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos, nesta segunda-feira, 10, apontaram uma colisão de asteroides gigantes no sistema da estrela Beta Pictoris – que está a cerca de 63 anos luz de distância da Terra – conhecido por ainda estar em sua “infância”, pelo fato de ter “apenas” 20 milhões de anos, em comparação aos 4,6 bilhões do nosso sistema solar, e apresentar instabilidade.

As análises podem permitir que astrônomos compreendam o processo de formação de sistemas solares similares ao nosso. As informações foram divulgadas no 244º Encontro da AAS (Sociedade Astronômica Americana – em tradução), que ocorreu no Wisconsin.

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A equipe de pesquisadores percebeu diferenças entre as observações do sistema realizadas em 2004 e 2005 pelo telescópio Spitzer para as de agora. Foram comparadas as análises de assinaturas de energia emitidas por grãos de poeira que estavam ao redor da Beta Pictoris.

Nas recentes observações, os antigos sinais de poeira não foram encontrados, o que sugere uma colisão cataclísmica entre asteroides gigantes que teria ocorrido há cerca de 20 anos. Os astros foram pulverizados em partículas menores que o pólen, por exemplo.

“A questão que estamos tentando elucidar é se o processo de formação de planetas gigantes e terrestres é comum ou raro”, explica Kadin Worthen, co-autora da pesquisa e doutoranda em astrofísica na Universidade John Hopkins, acrescentando que outra pergunta é se o sistema solar é diferente dos outros. “Basicamente estamos tentando entender quão estranhos somos”, aponta a cientista.

De acordo com Christine Chen, que liderou o estudo, o sistema da Beta Pictoris está em uma fase que nos possibilita ver em tempo real a formação de planetas rochosos.