10/11/2025 - 15:21
Novos cálculos sugerem que o Universo poderá entrar em colapso sob sua própria gravidade em um futuro finito, caso se confirmem as evidências de que a energia escura está mudando ao longo do tempo.
O estudo, conduzido pelos físicos Hoang Nhan Luu, do Centro Internacional de Física de Donostia (Espanha), Yu-Cheng Qiu, da Universidade Jiao Tong de Xangai (China), e Henry Tye, da Universidade Cornell (EUA), estima que o Universo tenha uma vida útil total de 33,3 bilhões de anos. Como o Big Bang ocorreu há 13,8 bilhões de anos, restariam cerca de 20 bilhões até o colapso final.
Segundo o modelo, o Universo continuará se expandindo por mais 11 bilhões de anos, até atingir um ponto máximo de cerca de 1,7 vez o tamanho atual. Depois disso, a expansão cessará e dará lugar a uma contração acelerada, culminando em um “Big Crunch” – um colapso completo em uma singularidade, o oposto do Big Bang.
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A previsão decorre da hipótese de que a constante cosmológica, representada pela letra grega λ, tenha um valor negativo. Essa constante, introduzida por Albert Einstein, descreve a força que atua na expansão do Universo. Se λ for positivo, o espaço se expande indefinidamente – se for negativo, a gravidade prevalece e o cosmos tende a se retrair.
Os pesquisadores combinaram esse valor negativo de λ com a presença de um campo formado por partículas chamadas áxions, possíveis componentes energia escura. Esse campo teria impulsionado a expansão acelerada do Universo até agora, mas sua influência diminuiria com o tempo, permitindo que a gravidade retomasse o controle.
O estudo propõe que, quando o impulso dos áxions enfraquecer, o Universo deixará de se expandir e começará a contrair-se. A fase de compressão seria mais curta e intensa que a de expansão, já que o aumento da densidade reforçaria a força gravitacional.
Os autores ressaltam que essa não é uma previsão definitiva, mas uma possibilidade baseada nos indícios atuais. A confirmação depende de medições mais precisas da energia escura e da constante cosmológica. Ainda não há consenso sobre a natureza da energia escura, que pode envolver áxions ou partículas ainda desconhecidas.
“Durante muito tempo se acreditou que o Universo se expandiria para sempre. Agora, sabemos que existe a possibilidade de que ele volte a colapsar”, afirmou o Tye.
