Uma mandíbula superior e o chifre nasal de um jovem Ceratossauro será leiloado em julho de 2025 e tem causado grande repercussão no meio da paleontologia. A avaliação inicial do fóssil soma valores entre US$ 4 milhões e US$ 6 milhões (R$ 22 milhões e R$ 33 milhões, na conversão atual).

Trata-se de um dinossauro predador de 150 milhões de anos, que foi descoberto em 1996 próximo da Bone Cabin Quarry, em Wyoming. O animal tem cerca de três metros de comprimento e apresenta o crânio completo, com 57 ossos. Ele é apenas o quarto exemplar de Ceratossauro já encontrado e o primeiro juvenil.

O empresário e dono da Fossilogic, Brock Sisson, comprou a peça do Museu da Vida Antiga em 2014 por valores secretos. Ele havia trabalhado na Instituição enquanto jovem e se lembrava firmemente do crânio do animal. A partir disso, já se levantavam questionamentos sobre transferir a posse do artefato para mãos privadas, no que muito classificaram como um movimento injusto.

“Este é um espécime cientificamente muito interessante, mas estava basicamente esquecido, sem receber atenção”, justificou Sisson.

Com o tempo, a equipe de Sisson trabalhou para reconstruir o esqueleto e utilizou técnicas de escultura e impressão 3D para repor os ossos ausentes. Eles estudaram e preparam o fóssil, de modo a ficar ainda mais propício para pesquisas científicas.

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Agora, a Sotheby’s organiza um leilão que divide opiniões. Muitos especialistas acreditam que essa venda milionária – assim como a do “Apex”, estegossauro comprado pelo bilionário do mercado financeiro Kenneth Griffin por US$ 45 milhões – possa deturpar o mercado de fósseis. Com esse movimento, o capital privado pode ganhar mais poder do que o valor científico das peças, tornando artefatos históricos meros “itens de colecionador” e aumentando o preço de escavações.

A Sotheby’s rebate as alegações dizendo que leilões como esses chamam atenção de doadores e atraem mais filantropia para a área da paleontologia.