Um dos grandes problemas nas principais cidades do mundo e, principalmente, nos países em desenvolvimento é a geração de lixo e o correto destino desses resíduos. Conforme destacou a jornalista Mara Gama em sua coluna no UOL, de acordo com dados da International Solid Waste Association, o Brasil é um grande gerador de lixo, sendo responsável por 40% de tudo o que é gerado na América Latina, ou seja, cerca de 82,5 milhões de toneladas por ano. Se tudo continuar como está, até 2030, esse volume poderá ser de 100 milhões anuais.

A situação tem feito com que governos e organizações se unam para debater ideias e colocar em prática planos para diminuir a quantidade de detritos sólidos. Há movimentos conjuntos entre empresas, ONGs e sociedade para acabar com os resíduos plásticos e montadoras empenhadas em fomentar a economia circular e a destinação correta dos resíduos, por exemplo. Na área de finanças, há notícias de executivos que também estão empenhados em contribuir para um mundo mais sustentável.

É animador ver sinais desse movimento de conscientização por parte dos líderes de negócio, mas noto que cada setor da economia está em um momento diferente de amadurecimento, criando um cenário em que ainda existe bastante espaço para melhorarmos, fazermos mais. No comércio, por exemplo, vejo boas possibilidades de progresso no quesito economia circular, em uma perfeita relação de ganha-ganha para quem se engaja em participar do processo e quem se beneficia dele.

Acesso à tecnologia democratizado

Eu, particularmente, acredito que uma das principais maneiras de diminuir esses volumes começa pela compra e pelo descarte consciente de produtos, algo que, estrategicamente, deveria passar pelo fomento do mercado de compra, recondicionamento e venda de seminovos. Aqui na Trocafone, estamos empenhados nessa missão e, pouco a pouco, temos somado esforços com marcas importantes, como Porto, Samsung, Magazine Luiza, Americanas e TIM, entre outras, com as quais estamos afinando parceria.

Juntas, temos o objetivo de democratizar o acesso à tecnologia por meio do incentivo ao uso de smartphones recondicionados. Uma dinâmica de compra e venda segura de aparelhos com garantia, nota fiscal e plena condição de uso. A cada nova reunião com esses parceiros, vejo que essa cadeia de seminovos em prol da sustentabilidade pode ser mais ampla se forem criadas ações de oferta de microcréditos para compra de celulares e aluguel de aparelhos novos considerando o conceito device as a service e garantia estendida dos smartphones e seguro contra roubos, furtos e danos. E é nesse caminho que estamos indo, sempre abertos a novas parcerias.

Hoje, com o ESG pautando as estratégias do negócio, não é mais aceitável que uma organização apenas exista sem pensar nos impactos que ela gera em quem e no que está ao seu redor. Estamos em uma era em que clientes, analistas, investidores, fornecedores, colaboradores e parceiros de negócio estão cada vez mais atentos para se relacionar prioritariamente com marcas que trabalham em prol da sociedade e do planeta como um todo. Ter essa postura, mentalidade e prática já se tornou um importante fator competitivo para qualquer empresa. Sua empresa não merece ficar para trás, não é mesmo?

* Guille Arslanian é cofundador e co-CEO na Trocafone.