31/01/2025 - 13:46
Será que Hamlet pode ser o segredo para a cura do câncer? Não estamos falando do personagem da peça de Shakespeare. Mas sim do Hamlet citado num estudo recente que, apesar do nome, nada tem a ver com o famoso autor inglês. E vem de algo que você provavelmente não esperava: o leite materno.
Hamlet é um complexo molecular descoberto em 1995 na Universidade de Lund, na Suécia. Na época, pesquisadores colocaram componentes do leite materno em contato com células de câncer de pulmão. O objetivo era testar suas propriedades antimicrobianas.
Mas o resultado surpreendeu a equipe, liderada pela cientista Catharina Svanborg. Em vez de matar as bactérias, o composto matou as células cancerosas. Batizada de Hamlet por conta das iniciais em inglês, a “alfa-lactoalbumina humana tornada letal para células tumorais” passou então a ser estudada como um potencial tratamento para o câncer.
Essa mesma equipe testou um medicamento desenvolvido a partir de Hamlet. O resultado? O remédio reduziu o tamanho de 88% dos tumores de pacientes com câncer na bexiga. E o melhor: sem efeitos colaterais. Claro que é um estudo em fase inicial, mas dá um spoiler do enorme potencial não explorado do leite materno — que, além de gorduras, proteínas, vitaminas e minerais, também carrega células-tronco!
Em um TED Talk em 2016, a pesquisadora Katie Hinde chamou a atenção para uma estatística preocupante. Na época, existiam mais pesquisas sobre café, vinho e tomate do que sobre o leite materno. Mas ainda dá tempo de correr atrás do prejuízo. Tem gente estudando as aplicações do leite materno no tratamento de artrite, doenças cardíacas e até síndrome do intestino irritável. Sem contar os já comprovados benefícios à saúde da mãe e do bebê.
Pra você ter uma ideia, uma pesquisa de 2013 descobriu que os níveis de células de defesa no leite materno subiam quando o bebê estava doente. Ou seja, o corpo da mãe reage para proteger o bebê.