Antes de ascender ao poder, Adolf Hitler foi publicamente confrontado e exposto em um tribunal por um jovem advogado alemão. Conhecido como o “advogado do proletariado”, Hans Litten usou a lei para desafiar a violenta agenda do Partido Nazista em 1931, um ato de coragem que lhe custaria a vida anos mais tarde, nos campos de concentração.

  • Quem foi: Hans Litten, um advogado alemão de ascendência judaica que se opôs ao nazismo.
  • O que fez: Em 1931, interrogou Adolf Hitler por três horas, expondo a estratégia violenta do Partido Nazista.
  • Consequência: Foi preso em 1933, torturado durante cinco anos e morreu no campo de concentração de Dachau em 1938.
  • Legado: É considerado um símbolo da resistência jurídica e moral ao totalitarismo.

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O episódio que selou o destino de Litten ocorreu em maio de 1931, durante o chamado julgamento do Palácio Éden. O caso investigava um ataque violento realizado pela SA, a organização paramilitar nazista, contra um grupo de trabalhadores de esquerda reunidos em um salão de dança em Berlim. A estratégia de Litten era ousada: provar que a violência não era um ato isolado, mas parte de um plano deliberado de Hitler para destruir a democracia alemã.

Durante um interrogatório que se estendeu por três horas, Hans Litten confrontou Adolf Hitler, utilizando a própria propaganda nazista para contradizer a imagem de legalidade que o futuro ditador tentava projetar. Pressionado e sem respostas, Hitler perdeu a compostura e explodiu de raiva no tribunal, uma humilhação pública que, segundo historiadores, ele jamais esqueceu.

A vingança veio logo após a ascensão nazista. Na noite do incêndio do Reichstag, em fevereiro de 1933, Litten foi um dos primeiros intelectuais e opositores a serem presos. Nos cinco anos seguintes, foi transferido entre diversos campos de concentração, onde sofreu espancamentos e torturas constantes.

Em 5 de fevereiro de 1938, aos 34 anos, Hans Litten foi encontrado morto em sua cela no campo de concentração de Dachau. A versão oficial foi suicídio, resultado das condições desumanas e da tortura implacável. Até hoje, sua história é lembrada como um poderoso exemplo de coragem cívica e da luta pela justiça contra a tirania.