De acordo com um novo estudo, o dinossauro de pescoço mais longo já registrado era uma besta jurássica com um pescoço de 15,1 metros de comprimento. Isso é mais de seis vezes o comprimento do pescoço de uma girafa e cerca de 3 metros a mais do que o comprimento de um ônibus escolar.

Este saurópode de pescoço comprido, conhecido como Mamenchisaurus sinocanadorum, viveu há cerca de 162 milhões de anos durante o período Jurássico no que hoje é a Região Autônoma Uigur de Xinjiang, no noroeste da China, de acordo com o estudo publicado na última quarta-feira (15/03) no Journal of Systematic Palaeontology.

“O longo pescoço do Mamenchisaurus sinocanadorum, como o de outros saurópodes, teria tornado o animal um forrageador eficiente, capaz de pastar nos enormes volumes de vegetação necessários para abastecer um corpo tão grande antes de passar para o próximo local rico em vegetação”, disse Andrew Moore, paleontólogo da Stony Brook University em Nova York e principal autor do estudo, à Live Science por e-mail.

Os pesquisadores descobriram os fósseis de M. sinocanadorum em 1987, mas não encontraram muito, apenas um osso da mandíbula e algumas vértebras e costelas do pescoço. No entanto, isso foi o suficiente para dizer muito aos paleontólogos sobre o dinossauro morto há muito tempo.

“Todos os saurópodes tinham pescoços longos, mas os mamenquissaurídeos se destacavam, com algumas das proporções de pescoço mais extremas de qualquer coisa na história da vida terrestre”, explicou Moore.

Depois de M. sinocanadorum, o próximo dinossauro de pescoço mais longo é o Xinjiangtitan shanshanesis, um mamenquissaurídeo que possui o pescoço preservado mais completo já registrado, com 13,4 metros, segundo Moore.

Moore e seus colegas compararam as poucas vértebras preservadas de M. sinocanadorum com os esqueletos mais completos de seus parentes saurópodes mais próximos.

“Nossas análises nos deixam bastante confiantes de que o Mamenchisaurus sinocanadorum tinha 18 vértebras em seu pescoço, porque todos os primos próximos conhecidos de esqueletos mais completos têm 18 vértebras cervicais. Portanto, focando apenas nesses parentes próximos com pescoços semelhantes, aumentamos a escala.”

O M. sinocanadorum evoluiu para manter seu enorme pescoço leve, mas resistente. Uma tomografia computadorizada das vértebras do dinossauro revelou que o ar compunha até 77% de seu volume, assim como os esqueletos das cegonhas de hoje.

Para proteger o pescoço contra ferimentos, o saurópode tinha costelas de 4 metros de comprimento, construídas como hastes e sobrepostas em feixes em ambos os lados do pescoço, muito parecido com os de outros saurópodes, descobriram os pesquisadores.

Não se sabe por que M. sinocanadorum evoluiu para ter um pescoço tão grande, mas talvez isso os tenha tornado muito mais eficientes no forrageamento, de acordo com Moore.

Ostentar um pescoço longo também pode ter ajudado o herbívoro gigante a eliminar o excesso de calor do corpo, aumentando sua área de superfície, assim como as enormes orelhas dos elefantes ajudam a mantê-los frescos.