Um grupo de pesquisadores da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) identificou uma nova espécie de dinossauro que vivia no Recôncavo Baiano. Os resultados do estudo foram divulgados em 11 de abril no Historical Biology.

O animal foi nomeado de Tietasaura derbyiana e é resultado do estudo de fósseis que haviam sido levados do Brasil entre 1859 e 1906 e permaneceram cem anos guardados na reserva do Museu de História Natural de Londres, no Reino Unido.

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O nome Tietasaura foi dado pela paleontóloga Kamila Bandeira em homenagem à personagem Tieta do Agreste, de Jorge Amado, e derbyiana vem do geólogo e naturalista Orville A. Derby, fundador do Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil. “No caso da obra Tieta, ela sai da cidade dela, some um tempo e depois volta trazendo um furdunço pra cidade onde nasceu. Esses materiais, em uma alusão à história, fizeram a mesma coisa”, afirmou a pesquisadora.

Os fósseis foram encontrados por Kamila Bandeira enquanto ela fazia doutorado em Londres. “Percebi que além da importância histórica, de ter sido o primeiro achado da América Latina, tratava-se de uma nova espécie de dinossauro”, declarou a paleontóloga, que observou imagens dos materiais durante a pandemia.

Tietasaura derbyiana pertence ao grupo dos ornitísquios, dinossauros herbívoros que possuíam um focinho em forma de bico e por estruturas na pélvis que se assemelham às das aves. Os tricerátops e estegossauros fazem parte da mesma categoria. Os fósseis sugerem que o animal possuía entre dois e três metros de comprimento, o tamanho equivalente ao de um carro, e viveu há cerca de 130 milhões de anos.

Apesar de não ser possível determinar de que sexo era Tieta, pesquisadores resolveram dar o apelido já que não é frequente a nomenclatura feminina para dinossauros. A descoberta também é importante pelo fato de os fósseis da época serem raros e considerados como “produtos de escassez”, segundo Kamila Bandeira.

*Com informações do Estadão e da Agência Brasil