21/07/2024 - 12:27
Em mais um capítulo do “duelo dos balões”, lançamentos ocorrem após Coreia do Sul retomar transmissões de propaganda dirigidas ao Norte, em retaliação a outros balões lançados nos últimos meses.A Coreia do Norte voltou a enviar balões cheios de lixo ao seu vizinho do Sul, afirmou o Exército sul-coreano neste domingo (21/07).
“O Norte está lançando mais balões carregados de lixo”, comunicou o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul, apontando ainda que os balões chegaram ao norte da província de Gyeonggi.
“Por favor, denunciem aos militares ou à polícia e evitem entrar em contato direto com os objetos”, acrescentou o Éxercito sul-coreano.
Estes últimos balões norte-coreanos chegaram três dias depois de Seul anunciar a retomada das transmissões de propaganda em alto-falantes dirigidos à Coreia do Norte.
O Sul alertou que expandirá o alcance das suas emissões se o Norte persistir no lançamento de balões de lixo. Seul vem classificando as ações norte-coreanas como “de baixo nível”.
“Os atos de escalada de tensão dos militares norte-coreanos podem resultar em consequências críticas para eles”, afirmou o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul. “A responsabilidade por esta situação cabe inteiramente ao governo da Coreia do Norte.”
As duas Coreias vêm travando há meses um “duelo de balões”. O Norte enviou cerca de 2 mil balões cheios de lixo desde maio, alegando que se trata de uma retaliação pelo lançamento de balões de propaganda por ativistas na Coreia do Sul.
Em termos jurídicos, a Coreia do Sul não pode sancionar ativistas que enviam balões por sobre a fronteira devido a uma decisão judicial do ano passado que considera uma hipotética punição como violação da liberdade de expressão.
Os balões norte-coreanos também provocaram interrupções de mais de cem voos, disse recentemente um legislador sul-coreano.
Em junho, uma análise do conteúdo de cerca de 70 balões que vieram do Norte mostrou que eles transportavam roupas muito gastas e sujeira contendo vestígios de fezes humanas e parasitas.
As duas Coreias estão separadas por uma zona desmilitarizada de quatro quilômetros, estabelecida por um comando da ONU liderado pelos EUA no final da Guerra da Coreia, em 1953. Os combates cessaram com um armistício, mas um tratado de paz nunca foi assinado.
Nos últimos anos, as relações entre Seul e Pyongyang se tornaram cada vez mais tensas, com a Coreia do Norte realizando testes bélicos (de diferentes mísseis, por exemplo) e aumentando o número de soldados na fronteira.
jps/as (DW, AFP, AP)