Um artigo publicado na revista “The Lancet HIV” aponta que o corte recente nas verbas que auxiliam o combate ao HIV/AIDS pode causar um aumento significativo no número de casos.

Segundo dados da análise, a redução no financiamento pode gerar até 10,8 milhões novas infecções e 2,9 milhões mortes até 2030. A preocupação dos especialistas se concentra nos países de baixa e média renda, já que a intensidade do impacto tende a ser maior para essas populações.

As nações da África Subsaariana, por exemplo, são amplamente dependentes do Plano de Emergência do Presidente dos EUA para o Alívio da AIDS (PEPFAR) – o programa busca conter a contaminação, oferecer tratamentos antirretrovirais, testagem e prevenção.

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Atualmente cerca de cinco países principais (EUA, Reino Unido, França, Alemanha e Holanda) anunciaram suas interrupções nas verbas. O estudo estima que essa ação conjunta deve cortar 24% dos recursos mundiais.

A divulgação que gerou a maior polêmica foram as declarações do governo de Donald Trump – os EUA interromperam temporariamente todo o auxílio externo em janeiro deste ano. Logo após o anúncio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reforçou que a medida coloca em risco a vida de milhões de pessoas e anula os avanços internacionais.

Além de oferecer medicamentos e contribuições diretas, esses planos conseguem fortalecer a infraestrutura e o corpo médico dessas regiões, promover a integração de diversos serviços básicos e auxiliar no combate contra outras condições severas.

Para além da ameaça imediata nos tratamentos e contenções em andamento, a decisão pode afetar e reverter os avanços já realizados nas últimas décadas.