14/11/2025 - 17:17
Menino de 9 anos perdeu as pontas de dois dedos. Mãe diz que ele foi agredido por colegas no banheiro e acusa escola de tratar o caso como uma “brincadeira que correu mal”.Uma brasileira denunciou que seu filho de nove anos perdeu as pontas de dois dedos após ser agredido por colegas em uma escola de Portugal .
O caso aconteceu na última segunda-feira (10/11) em Cinfães, na Escola Básica de Fonte Coberta, e foi noticiado pela imprensa portuguesa.
Segundo relato publicado nas redes sociais pela mãe, Nívia Estevam, o garoto teve os dedos prensados na porta do banheiro por duas crianças. “Ainda seguraram a porta, impedindo meu filho de sair e pedir ajuda. Ele relatou que pensou que ia morrer, pois perdeu muito sangue, e precisou se arrastar por baixo da porta com os dedos já amputados”, afirma.
Estevam diz que a família foi acionada cerca de uma hora e meia depois de o garoto ser entregue à escola, e que o caso foi tratado por um dos funcionários da escola como “um incidente que podia [sic] ter acontecido com qualquer menino”. “Ninguém teve intenção de magoar o [nome omitido], estavam a brincar e correu mal”, diz trecho de mensagem atribuída por Estevam a um educador.
“Quando me chamaram, não falaram a gravidade da situação. Não guardaram os pedaços do dedo do meu filho, [e] ainda limparam todo o local do ocorrido. A escola está tratando isso como uma brincadeira [que] deu mal”, disse Estevam, que publicou imagens que mostram a criança no hospital, com uma das mãos enfaixadas. “Ele precisou tomar muita morfina para aguentar as dores.”
A mãe afirma que o garoto já havia sido agredido outras vezes e publicou uma foto do que seriam marcas de arranhões em seu pescoço. Ela diz ter tratado do assunto com a escola, que não teria tomado “nenhuma atitude”.
“Somente quando estávamos chegando ao Hospital São João, no Porto, foi que um dos atendentes da ambulância me disse que dois dedos no meu filho tinham sido decepados e que era para eu segurar os pedaços que haviam sido coletados na escola”, relatou ao jornal português Público. “Fiquei em estado de choque, mas me contive para não assustar ainda mais o menino que, a todo momento, me perguntava se conseguiriam reconstruir a mão dele.”
Apuração interna
Diretor do Agrupamento de Escolas de Souselo, responsável pelo colégio onde a criança está matriculada, Carlos Silveira disse à agência de notícias Lusa que o caso é alvo de um “inquérito interno”, e assegurou que “os socorros foram prontamente chamados” e que a escola adotou os procedimentos adequados.
“Não há PSP [polícia] em Cinfães, só GNR [Guarda Nacional Republicana]”, argumentou, acrescentando que em casos de emergência médica graves as forças de segurança são “automaticamente” acionadas.
Nas redes sociais, Estevam, que denunciou o caso à polícia, anunciou que já está sendo assistida por advogados. “Quero justiça pelo que aconteceu com meu filho”, declarou.
ra (Lusa, ots)
