26/12/2025 - 12:18
A astronomia acaba de registrar um dos mundos mais bizarros já detectados além do nosso Sistema Solar. O exoplaneta WASP-103b, localizado a cerca de 1.225 anos-luz de distância, não possui o formato esférico tradicional. Em vez disso, ele se assemelha a um limão siciliano ou a uma bola de rúgbi. A deformação é tão acentuada que desafia a percepção visual do que chamamos de “planeta”.
Gravidade Extrema: O formato inusitado é causado pelas poderosas forças de maré exercidas por sua estrela hospedeira, que é muito maior e mais quente que o Sol.
Proximidade Fatal: O WASP-103b está tão perto de seu “sol” que completa uma órbita inteira em menos de um dia terrestre, sendo literalmente “esticado” pela atração gravitacional.
Júpiter Quente: Classificado como um gigante gasoso, o planeta possui quase o dobro do tamanho de Júpiter, mas sua densidade e estrutura estão sendo moldadas pela temperatura escaldante.
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A ciência da deformação planetária
A descoberta foi possível graças a dados combinados dos telescópios espaciais Hubble e Spitzer, além do caçador de exoplanetas CHEOPS, da Agência Espacial Europeia (ESA). Pela primeira vez, os astrônomos conseguiram medir a “assinatura de maré” de um planeta, o que revelou como o material gasoso do WASP-103b se comporta sob pressão extrema.
Diferente da Terra, onde a Lua causa marés oceânicas sutis, no WASP-103b a própria massa do planeta é deslocada. O resultado é um bojo equatorial tão grande que o planeta perdeu sua simetria circular. “É incrível que tenhamos conseguido medir essa deformação. Isso nos dá pistas sobre o interior do planeta: ele é sólido como uma rocha ou fluido como o gás?”, questionam os pesquisadores no estudo publicado na Astronomy & Astrophysics.
O futuro de um mundo distorcido
O estudo do WASP-103b é fundamental para entender a evolução de sistemas solares extremos. A proximidade com a estrela sugere que, em termos astronômicos, o planeta pode estar em seus momentos finais antes de ser completamente rasgado ou consumido pela gravidade estelar.
Cientistas esperam que o Telescópio Espacial James Webb possa, em breve, analisar a composição interna desse “limão cósmico”, revelando se o núcleo é massivo o suficiente para resistir à deformação ou se o planeta está destinado a se tornar um anel de poeira ao redor de sua estrela.
Veja a comparação do WASP-103b com Terra e Júpiter

