26/07/2021 - 16:49
Pesquisadores dinamarqueses fizeram o estudo mais detalhado já realizado sobre o estômago e o conteúdo intestinal do chamado Homem de Tollund, um cadáver mumificado encontrado em 1950 em um pântano na península da Jutlândia. Seu trabalho foi apresentado na revista Antiquity.
O Homem de Tollund é um dos corpos mais preservados que existem – tanto que os primeiros investigadores pensaram inicialmente estar diante de um assassinato recente. Os exames da datação do carbono-14 revelaram, porém, que ele vivera por volta do ano 350 a.C. e morrera com aproximadamente 40 anos, durante a Idade do Ferro das tribos celtas da Europa Central. Tinha 1,61 metro de altura, cabelos ruivos e estava nu, embora vestisse um gorro e tivesse um cinto de couro de 77 centímetros de comprimento em volta da cintura.
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Pesquisadores da época da descoberta do corpo notaram que o homem havia comido uma espécie de mingau antes de ser enforcado até a morte. Os cientistas de agora, do Museu de Silkeborg, do Museu Nacional da Dinamarca, do Museu de Moesgaard e da Universidade de Aarhus, encontraram em seu intestino indícios de um mingau feito principalmente de cevada. O alimento também continha linho, sementes e uma pequena quantidade de peixes.
Vermes intestinais
Foi possível descobrir ainda que a refeição havia sido cozida em uma panela de barro e ligeiramente queimada antes de ser servida. Segundo os pesquisadores, o mingau foi tão bem preservado que seria possível reconstituir sua receita.
Os pesquisadores foram além e descobriram que o homem tinha vermes intestinais, como a tênia, e seus ovos. A suspeita é que esses parasitas tenham sido ingeridos via consumo de carne crua ou mal cozida, ou de água de um poço poluído.
Quanto ao motivo da morte, os cientistas consideram possível que ele tenha sido vítima de um ritual de sacrifício humano. Mas não descartam a possibilidade de que ele simplesmente tenha sido morto por uma ação considerada passível de morte pelo grupo que o enforcou.