Uma comunidade de répteis voadores que habitavam o Saara há 100 milhões de anos foi descoberta por uma equipe internacional de cientistas liderada por Megan Jacobs, da Universidade Baylor (EUA). O estudo a esse respeito foi publicado na revista “Cretaceous Research”.

Os pesquisadores identificaram as três novas espécies de pterossauros dentados. Os animais faziam parte de um antigo ecossistema fluvial da África repleto de vida, que incluía peixes, crocodilos, tartarugas e vários dinossauros predadores.

Os novos fósseis estão ajudando a descobrir a história evolutiva muito pouco conhecida da África durante o tempo dos dinossauros. As novas descobertas mostram que os pterossauros africanos eram bem semelhantes aos encontrados em outros continentes.

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Esses predadores voaram sobre um mundo também dominado por predadores, incluindo dinossauros carnívoros. Curiosamente, herbívoros como saurópodes e dinossauros ornitísquios eram raros. Muitos dos predadores, incluindo os pterossauros dentados, contavam com uma superabundância de peixes para caçar.

Era de ouro

“Estamos na era de ouro para descobrir pterossauros”, disse o professor David Martill, da Universidade de Portsmouth (Reino Unido), coautor do estudo. “Somente este ano descobrimos três novas espécies, e estamos apenas em março.”

Os novos pterossauros foram identificados pelos pesquisadores a partir de pedaços de mandíbulas e dentes do Médio Cretáceo, encontrados no sítio Kem Kem, no Marrocos. Eles tinham envergadura de cerca de três a quatro metros. Esses pescadores aéreos pegavam suas presas ainda em voo, usando um conjunto de dentes grandes, semelhantes a espigões. Pterossauros grandes como esses teriam sido capazes de se alimentar em grandes distâncias, semelhantes a aves atuais como condores e albatrozes.

“Essas novas descobertas fornecem uma importante janela para o mundo dos pterossauros africanos”, disse Nizar Ibrahim, professor assistente de biologia da Universidade de Detroit Mercy (EUA). “Sabemos muito mais sobre pterossauros de lugares como Europa e Ásia; portanto, descrever novos espécimes da África é sempre muito emocionante.”

Uma das espécies, Anhanguera, era anteriormente conhecida apenas no Brasil. Outra, Ornithocheirus, até agora só havia sido encontrada na Inglaterra e na Ásia.