09/01/2017 - 12:34
Onze dias depois de se formar no Oceano Atlântico, o furacão Matthew foi rebaixado a ciclone tropical em 9 de outubro, ao chegar à Carolina do Norte e à Virgínia (Estados Unidos), deixando no seu rastro uma sucessão de catástrofes no Caribe e na costa leste dos EUA. Até aquela data, o primeiro fenômeno do gênero a chegar, no Atlântico, à categoria 5 (máxima) desde o furacão Felix, em 2007, já havia acumulado pelo menos 21 mortes na Flórida, na Geórgia e nas Carolinas do Norte e do Sul, 4 na República Dominicana, 1 na Colômbia, 1 em São Vicente e Granadinas e cerca de 1.000 no Haiti, além de causar inundações e múltiplos danos à infraestrutura e às atividades econômicas nos locais por onde passou. País mais pobre das Américas, o Haiti recebeu em 4 de outubro a carga mais violenta do Matthew: o furacão, então com categoria 4 e ventos de 230 km/h, devastou a Península de Tiburon, no sudoeste do país, que ainda busca se reerguer após o terremoto de 2010. Centenas de milhares de haitianos estão sem teto e teme-se que um surto de cólera como o de 2010 se repita agora, devido à precariedade das condições sanitárias locais. A violência do Matthew se encaixa tristemente no perfil de furacões mais fortes previsto para os tempos de aquecimento global.