O Telescópio Espacial Hubble passou cerca de 30 anos em operação, mas durante a última década foi capaz de ceder as imagens mais incríveis que possuímos de cosmos e astros do universo. Com as fotografias capturadas pelo equipamento, o programa Outer Planet Atmospheres Legacy (OPAL), da Nasa, reuniu os melhores e mais detalhados retratos para ilustrar as mudanças de quatro dos planetas da galáxia.

“Como o OPAL agora abrange 10 anos e continua contando, nosso banco de dados de observações planetárias está sempre crescendo. Essa longevidade permite descobertas fortuitas, mas também permite rastrear mudanças atmosféricas de longo prazo conforme os planetas orbitam o sol. O valor científico desses dados é ressaltado pelas mais de 60 publicações até o momento que incluem dados do OPAL”, explicou Amy Simon do Goddard Space Flight Center da NASA em uma declaração sobre o projeto.

Confira as imagens coletadas:

Júpiter

Coletânea de imagens de Júpiter que demonstram suas mudanças (Foto: NASA, ESA, Amy Simon (NASA-GSFC), Michael H. Wong (UC Berkeley); Processamento de imagem: Joseph DePasquale (STScI))

O maior planeta do sistema solar conta com uma extensa camada de gases que se agitam até seu núcleo, e a notável Grande Mancha Vermelha em sua face. A órbita completa do gigante ao redor do sol leva 12 anos, o que permitiu a observação de quase um ano joviano completo. Durante essa década, mudanças no formato da Mancha Vermelha e fenômenos atmosféricos nas faixas que o envolvem puderam ser analisadas com clareza.

Saturno

A coletânea de imagens de Saturno retratam suas mudanças ao longo dos anos (Foto: NASA, ESA, Amy Simon (NASA-GSFC), Michael H. Wong (UC Berkeley); Processamento de imagem: Joseph DePasquale (STScI))

Saturno leva cerca de 29 anos para terminar sua volta ao sol, e sua inclinação de 26,7 graus permite que suas mudanças sazonais sejam determinantes. Ao longo da última década, o programa identificou que o planeta teve variação de cor e profundidade de nuvens de sua atmosfera.

Urano

A calota polar brilhante de Urano, fotografada pelo Telescópio Espacial Hubble (Foto: NASA/ESA/STScI/A. Simon (NASA-GSFC)/MH Wong (UC Berkeley)/J. DePasquale (STScI))

Em Urano, o telescópio captou seu hemisfério norte, que ficou de frente para o sistema solar interno durante todo o tempo em que o Hubble esteve no espaço. Durante sua órbita lenta ao redor da estrela, que dura 84 anos, a calota polar norte do planeta tem aumentado seu brilho conforme a aproximação do solstício de verão em 2028.

Netuno

Captura do Hubble do hemisfério norte escurecido de Netuno, junto com sua tempestade de manchas escuras, que se moveu ao redor do planeta desde que foi detectada pela primeira vez (Foto: NASA, ESA, A. Simon (NASA-GSFC) e MH Wong (UC Berkeley); Processamento de imagem: A. Pagan (STScI))

No gigante gasoso, o equipamento observou uma tempestade semelhante a uma mancha escura do tamanho do Oceano Atlântico na Terra, em sua atmosfera, em 2018. O Hubble também detectou a migração para o equador dessa primeira tempestade e uma segunda aparição em 2021. O OPAL determinou que as nuvens de Netuno estão ligadas ao ciclo solar de 11 anos, responsável pela presença de luzes do norte em latitudes mais baixas na Terra.