06/04/2025 - 7:32
Manifestações ocorreram em mais de mil cidades americanas, nos maiores protestos contra o republicano desde seu retorno à Casa Branca. Também houve atos em capitais europeias, como Paris, Berlim, Roma e Londres.Dezenas de milhares de manifestantes saíram às ruas das principais cidades dos Estados Unidos neste sábado (05/04) contra as políticas de Donald Trump, nos maiores protestos contra o republicano desde seu retorno à Casa Branca no final de janeiro.
Os manifestantes se reuniram em Washington, Nova York, Houston, Los Angeles e em estados como Flórida e Colorado. Os ativistas criticam as ações de Trump e do bilionário Elon Musk, incluindo cortes de empregos no governo, novas tarifas comerciais e a erosão das liberdades civis.
Musk, um conselheiro de Trump que dirige a Tesla, a SpaceX e a plataforma de mídia social X, desempenhou um papel fundamental nos cortes de empregos em agências do governo, como chefe do recém-criado Departamento de Eficiência Governamental (Doge). Ele diz que está economizando bilhões de dólares para os contribuintes.
Uma grande faixa com os dizeres “Tire suas mãos” foi estendida a algumas quadras da Casa Branca. Os manifestantes carregavam cartazes com slogans como “Não é o meu presidente!”, “O fascismo chegou”, “Pare o mal” e “Tire suas mãos da nossa Previdência Social”.
Jane Ellen Saums, 66 anos, disse estar aterrorizada com a campanha de Trump para tornar a administração federal mais precária nas mãos do bilionário Elon Musk. “É extremamente perturbador ver o que está acontecendo com nosso governo, (…) tudo está sendo totalmente atropelado, tudo, desde o meio ambiente até os direitos pessoais”, reclamou a trabalhadora do setor imobiliário.
Mais de 1,2 cidades nos EUA e capitais europeias
Em um momento de crescente ressentimento global contra o presidente republicano, também ocorreram manifestações em capitais europeias como Paris, Berlim, Roma e Londres.
As manifestações foram convocadas em mais de 1,2 mil cidades e povoados dos EUA por uma coalizão de mais de 150 grupos, incluindo organizações de direitos civis, sindicados defensores dos direitos LGBTQ+ sob o slogan “Hands Off” (Tire as mãos).
Os organizadores da manifestação em Washington previram que cerca de 20 mil pessoas compareceriam, mas na tarde de sábado disseram que muitos mais estiveram presentes.
“Vocês despertaram um gigante adormecido e ainda não viram nada”, disse o ativista Graylan Hagler, 71 anos, à multidão reunida. “Não vamos nos sentar, não vamos nos calar e não vamos embora”.
Enquanto Trump continua sua revolução em Washington, seu índice de aprovação caiu para o nível mais baixo desde que assumiu o cargo, de acordo com pesquisas recentes.
Apesar da reação global à sua imposição de tarifas e do ressentimento crescente entre muitos americanos, a Casa Branca minimizou os protestos.
O presidente republicano, ainda muito popular em sua base, não dá sinais de que vai desistir.
Neste sábado, Trump disse que a guerra comercial que seu governo iniciou com o resto do mundo “não será fácil”, mas também manifestou sua convicção de que seu país sairá vitorioso, apesar da turbulência gerada pelas medidas.
“Aguentem firme, não será fácil, mas o resultado será histórico”, afirmou o republicano, um dia após bolsas do mundo despencarem.
md (AFP, AP)