Crianças menores de cinco anos têm probabilidade 20 vezes maior de morrer de doenças diarreicas do que de violência direta em zonas de guerra, segundo o relatório Water Under Fire, do Unicef, que analisou 16 áreas passando por longas guerras civis e outros conflitos. A entidade pede que militares parem de direcionar os recursos hídricos.

Henrietta Fore, diretora executiva da organização, disse: “A realidade é que há mais crianças que morrem por falta de acesso a água potável do que por balas”. As mulheres e as crianças, que tendem a ser responsáveis ​​pela busca de água, muitas vezes não conseguem alcançar fontes de água limpa em situações de conflito.

Às vezes as forças armadas visam deliberadamente o abastecimento de água e o saneamento como armas de guerra. Também podem cortar a energia que mantém a infraestrutura vital, como bombas de água – e o conflito impede que o pessoal de manutenção faça reparos. A guerra também dificulta o fornecimento de produtos necessários para purificar a água ou aqueles usados ​​no saneamento, como o cloro e outros produtos de limpeza.

O relatório se baseou em países como Afeganistão, República Democrática do Congo, Mali, Somália, Sudão, Síria e Iêmen. Crianças com idade até 15 anos foram mais prováveis ​​de morrer de doenças relacionadas à água do que como resultado da violência direta em todos os países estudados, exceto na Líbia, Iraque e Síria.

Megan Wilson-Jones, analista sênior de políticas de saúde e higiene da instituição de caridade WaterAid, disse: “As conclusões do relatório são trágicas. A diarreia causada por água suja e falta de saneamento contribui para a morte de uma criança com menos de cinco anos a cada dois minutos. Garantir água, saneamento e higiene é essencial para a saúde das crianças em todos os locais, inclusive como parte das respostas humanitárias de emergência.”