04/12/2020 - 23:39
Em 2018, Greta Thunberg, uma ativista ambiental sueca de 15 anos, decidiu iniciar uma greve escolar sentando-se do lado de fora do Parlamento em Estocolmo todas as sextas-feiras para exigir ações concretas dos líderes contra a mudança climática. Aos poucos, outros se juntam à sua campanha, dando início a um movimento mundial.
O canal National Geographic estreia o documentário Meu Nome É Greta neste sábado, 5 de dezembro, às 21h. Dirigido pelo diretor sueco Nathan Grossman, o filme traz um olhar íntimo, revelador e inspirador sobre a jornada que transformou uma adolescente em um ícone internacional na luta contra as mudanças climáticas. Com imagens nunca antes vistas, Meu Nome É Greta é filmado no estilo do cinéma vérité. Com o apoio da família Thunberg, câmeras capturam os encontros de Greta com líderes governamentais, suas aparições públicas e protestos em todo o mundo. As imagens também mostram sua vida fora dos momentos públicos em canais de notícias ao redor do mundo: rindo com sua família em casa, escrevendo discursos apaixonados e tentando se ajustar ao enorme estresse das viagens constantes, do escrutínio público e do estresse de ser a face da causa contra as mudanças climáticas.
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Popularidade e frustração
“Gostei muito do documentário e acho que dá uma imagem realista de mim e do meu dia a dia. Espero que os espectadores finalmente possam entender que nós, jovens, não fazemos greve escolar para nos divertir. Protestamos porque não temos alternativa. Muita coisa aconteceu desde que comecei com a greve escolar, mas infelizmente ainda estamos no zero”, diz Greta. “As mudanças e o nível de consciência necessário não estão à vista. Tudo o que pedimos é que a sociedade enfrente a crise climática como uma crise, e que nos dê um futuro seguro. Acho que o documentário mostra o quanto estamos longe disso agora. Mostra também que a urgência da mensagem científica não está sendo compreendida”, completa.
Diagnosticada com síndrome de Asperger, Greta impressiona a todos, desde delegados das Nações Unidas ao papa Francisco e estrelas de Hollywood, com seu conhecimento das questões das mudanças climáticas e sua dedicação absoluta e inabalável à causa ambiental. Mas, à medida que sua popularidade cresce, também cresce sua frustração com os políticos que ignoram seus avisos sobre as mudanças climáticas. Para quem gosta de rotinas e valoriza a solidão, a programação imprevisível e a visibilidade global têm um custo. Svante, o pai de Greta, a acompanha em suas viagens e se preocupa com palavras odiosas – até ameaças de morte – vindas de comentaristas, políticos e pessoas que negam as mudanças climáticas.
Popularidade e frustração
Como Greta não viaja de avião devido ao impacto ambiental que gera, o documentário também registra a exaustiva viagem de barco para participar da Cúpula de Ação Climática da ONU em Nova York. Após uma jornada de duas semanas, ela foi saudada por uma multidão na metrópole americana.
Hoje, seu movimento #FridaysForFuture já organizou greves climáticas em todos os continentes, com exceção da Antártida. Como ele disse na ONU: “O mundo está acordando e a mudança está chegando, goste você ou não”.