01/05/2010 - 0:00
Magia é o tema da matéria de capa. Não a magia dos prestidigitadores que tiram coelhos da cartola ou a dos truques de alta tecnologia de David Copperfield. Nem a magia como é entendida pelos antropólogos: um conjunto de superstições ingênuas, ritos primitivos de fertilidade, heranças curiosas do folclore. Meu interesse se debruçou sobre a verdadeira magia, um sofisticado sistema de conhecimento cujas origens não serão encontradas na lenda ou no folclore, mas sim na antiga tradição chamada “hermética”, de Hermes, o deus grego da inteligência e da sabedoria.
Procurei mostrar, dentro dos limites óbvios do espaço disponível na revista, que magia não é um conjunto de estranhas cerimônias e rituais realizados atrás de portas fechadas, com objetivos obscuros e muitas vezes inconfessáveis. Longe disso, meu artigo procura mostrar que magia é um jeito de conhecer a si mesmo e ao mundo. Que ela é tão natural quanto o ar que respiramos, e seus princípios, forças e leis confundem-se com aqueles que determinam a existência do homem e do mundo. Ela é uma tradição tão antiga quanto a humanidade e seu objetivo último é despertar e desenvolver “o deus adormecido que existe no interior de cada um de nós”.
Será oportuno levantar esse tema, quase sempre encarado com preconceito e relegado ao reino incerto das ciências ocultas? Acho que sim. A atual crise de civilização não se limita ao esgotamento dos atuais modelos de produtividade e de consumismo insustentáveis, mas se estende também a todas as demais áreas do conhecimento, a das ciências, a das artes, a das religiões e, sobretudo, a da filosofia. Nesse processo, o desamparo das pessoas é cada vez maior. Talvez por instinto de sobrevivência, muitos partem em busca de novos valores, novos parâmetros, novas opções de vida que, de preferência, devem ser procurados no interior de cada um, e não tanto nas fórmulas preconcebidas pelo mundo e pela sociedade exterior. É exatamente nessa procura que a velha magia pode ajudar. Confira no artigo.
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Magia é uma tradição tão antiga quanto a humanidade. Seu objetivo último é despertar e desenvolver o deus adormecido que existe no interior de cada um de nós
