O Ministério de Antiguidades do Egito apelou à casa de leilões Christie’s e à Unesco para suspender a venda de uma estátua de 3 mil anos com traços do faraó Tutancâmon, e pediu para ver documentos provando sua proveniência por acreditar que possa ser uma peça roubada, de acordo com um comunicado do ministério.

Autoridades da embaixada egípcia em Londres pediram ao Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido que devolvam a estátua, e que a venda de outros artefatos egípcios no leilão planejado para 4 de julho seja interrompida.

A Christie’s defende que a venda é legal. Em anúncio sobre o leilão a casa descreve que a estátua foi adquirida do revendedor Heinz Herzer, em Munique, em 1985, e que antes pertencia a Joseph Messina e Prinz Wilhelm von Thurn und Taxis.

“Objetos antigos, por sua natureza, não podem ser rastreados ao longo de milênios”, disse a casa de leilões em comunicado. “É extremamente importante estabelecer a propriedade recente e o direito legal de vender, o que claramente fizemos. A Christie’s adere estritamente a tratados bilaterais e leis internacionais com respeito a propriedade cultural e patrimônio.”

A casa de leilões Christie’s estima que a peça renda mais de 4 milhões de libras (US$5,1 milhões) (Crédito: Divulgação Christie’s)

A estátua de 28 centímetros faz parte atualmente da Coleção Resandro, uma das mais conhecidas coleções particulares de arte egípcia do mundo, e a casa de leilões estima que a peça renda mais de 4 milhões de libras (US$5,1 milhões).

Essa é só uma das recentes investidas de países do mundo todo para recuperar objetos de arte roubados. Como já noticiou PLANETA, AQUI (Itália devolve centenas de relíquias culturais à China e Exposição no Met é encerrada porque peça principal era roubada), somente este ano.

O Ministério de Antiguidades do Egito vem monitorando casas de leilão internacionais. Em janeiro, conseguiu que uma peça roubada do Museu ao Ar Livre de Karnak, em Luxor, em 1988, fosse devolvida depois de ser listada para leilão também em Londres.

Em novembro de 2018, uma delegação da Ilha de Páscoa, no Chile, fez um apelo ao Museu Britânico pelo retorno de artefatos famosos, incluindo a imponente estátua de Hoa Hakananai’a (um dos moais mais reverenciados da ilha). Funcionários do museu estão na ilha agora em junho para mais conversas.