A companhia Colossal Biosciences anunciou nesta segunda-feira, 7, a “de-extinção” do lobo-terrível (Aenocyon diros), que viveu na América do Norte e desapareceu há cerca de 15 mil anos, durante o último período glacial. De acordo com a empresa, os filhotes foram “criados” a partir de análises do DNA da espécie extinta e edição de genes dos lobos-cinzentos, o parente vivo mais próximo do animal pré-histórico.

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O lobo-terrível, que serviu de inspiração para a série “Game of Thrones”, era maior do que os lobos-cinzentos atuais, pesava 70 quilos, possuía uma cabeça “um pouco mais larga”, pelo grosso e claro, além de uma mandíbula forte, conforme a Colossal Biosciences.

Segundo a companhia, foram criados três filhotes de lobo-terrível, dois machos, chamados de Romulus e Remus, em uma alusão aos fundadores de Roma, e uma fêmea, que ficou conhecida como Khaleesi, em referência à personagem Daenerys Targaryen. O trio está sendo criado em uma área de dois mil acres com uma cerca de três metros de altura em um local não revelado, informou a “CNN Sciences”.

Os lobos Romulus e Remus ainda filhotes (Crédito: Reprodução/YouTube/Colossal Biosciences)

De acordo com a empresa, Romulus e Remus nasceram no dia 1° de outubro de 2024, enquanto Khaleesi é mais nova, já que veio ao mundo em 30 de janeiro de 2025. Os filhotes têm uma densa pelagem branca e, segundo seus criadores, devem alcançar o tamanho do lobo-terrível.

Para recriar os animais, a equipe de geneticistas trabalhou a partir do DNA obtido de dois indivíduos da espécie extinta, com 72 mil e 13 mil anos de idade, respectivamente, achados nos Estados Unidos. A partir das observações, os pesquisadores selecionaram um conjunto de 20 modificações em 14 genes diferentes que garantiriam aos filhotes as características dos lobos extintos.

Projetos da Colossal Biosciences

Além do lobo-terrível, a empresa americana pretende “reviver” espécies de animais extintas como o mamute-lanoso, o lobo-da-tasmânia e a ave dodô. As pesquisas da companhia começaram em 2021.

O chefe da Colossal Biosciences, Ben Lamm, declarou em uma entrevista à “Sky News” que há 100% de confiança na possibilidade de trazer de volta o lobo-da-tasmânia, o dodô e o mamute-lanoso. A ideia é obter os genes que dão aos animais extintos suas características e replicá-los usando o DNA de um parente que está vivo.

Após os animais serem “revividos”, o projeto espera que possam ser realocados em seus habitats originais. Entretanto, há a possibilidade de os novos espécimes não se adaptarem ou não se comportarem com os seus antepassados.

*Com informações da Deutsche Welle e do Estadão