15/09/2016 - 17:57
Em 4 de julho, a sonda Juno, da Nasa (a agência espacial americana), começou de fato a mais ambiciosa missão de investigar Júpiter desde a nave Galileo. Ela acionou seu motor principal para frear até 208 mil km/h e, a seguir, entrar na órbita do maior planeta do nosso sistema.
Diferentemente da rochosa Terra, Júpiter é um gigante gasoso composto sobretudo de hidrogênio e hélio. Os cientistas ainda não sabem ao certo se o planeta tem um núcleo sólido ou quanto oxigênio existe lá. Coletar dados sobre esses assuntos é uma das tarefas da Juno, que ficará na órbita polar do planeta até 2018, e poderão ajudar a desvendar como a Terra e o Sistema Solar surgiram e evoluíram.
Os sensores da sonda também pesquisarão as auroras boreais e austrais do planeta (as mais intensas do Sistema Solar) e seu complexo sistema climático.
“Júpiter é um planeta anabolizado. Tudo sobre ele é extremo”, disse o cientista-chefe da missão, Scott Bolton, do Southwest Research Institute, durante uma conferência de imprensa na sede da Nasa em Washington.
Desde os anos 1970, naves terrestres visitam Júpiter, circundando-o ou passando por ele. Essas missões enviaram imagens espetaculares da Grande Mancha Vermelha (uma tempestade de longa duração) e das luas do planeta. O mais extenso estudo foi feito pela Galileo, que explorou Júpiter e seus satélites de 1995 a 2003.
A viagem da Juno a Júpiter começou em 5 de agosto de 2011. Durante esses quase cinco anos, a sonda deu uma volta em torno do interior do Sistema Solar e usou a Terra como um estilingue gravitacional para atingir sua meta.
Diferentemente das missões anteriores a Júpiter, movidas a energia nuclear, Juno utiliza energia solar. Como o planeta gigante recebe 25 vezes menos luz do Sol do que a Terra, seus três enormes painéis foram desenhados para ficar voltados para a estrela durante a maior parte da missão. As asas têm 8,8 metros de comprimento e 2,7 metros de largura.
Os instrumentos mais sensíveis levados pela nave estão em um cofre de titânio, para evitar que a radiação do planeta os danifique. Segundo os cientistas, uma câmera da nave fará fotos solicitadas pelo público.
As primeiras imagens de perto de Júpiter obtidas pela Juno só deverão chegar à Terra no fim de agosto. Mas a paciência valerá a pena: depois disso, haverá uma abundância de novas informações para analisar. Quando concluir seu trabalho, em fevereiro de 2018, a sonda deixará sua órbita e mergulhará rumo ao solo jupiteriano, queimando no atrito com a atmosfera. M