As fontes eólica e solar produziram, juntas, 12% de toda a energia elétrica gerada no planeta no ano passado, ante 10% no ano anterior, mostra um relatório da Ember, think tank do setor de  energia limpa. A participação dessas fontes no mix de energia foi recorde, de acordo com a consultoria. Será mesmo “o início do fim” da era fóssil, como destaca a CNN?

O crescimento da geração solar e eólica é apontado como o principal fator para que a intensidade de carbono da geração global de eletricidade caísse para 436 gCO2/kWh em 2022. De acordo com a Ember, foi a eletricidade mais limpa de todos os tempos.

Por outro lado, as emissões do setor de energia aumentaram 1,3% em 2022, atingindo um recorde histórico. A explicação, diz o relatório, é que a eletricidade está mais limpa do que nunca, mas estamos usando mais esse recurso, e também houve um pequeno aumento da energia a carvão. Mas, com a expansão maior das renováveis, o recorde do ano passado pode ter significado o pico das emissões do setor elétrico, frisa a Bloomberg.

Queda na produção de energia nuclear

No ano passado, a geração solar aumentou 24%, o que garantiu a ela o título de fonte de energia elétrica de crescimento mais rápido pelo 18º ano consecutivo. A expansão da fonte solar global em 2022 poderia ter atendido à demanda anual de eletricidade da África do Sul, aponta o documento.

A geração eólica, por sua vez,  cresceu 17%. Segundo a consultoria, esse aumento seria suficiente para abastecer de energia elétrica quase todo o Reino Unido.

A Ember mostra ainda que mais de 60 países em todo o mundo têm mais de 10% de energia eólica e solar em sua matriz energética.

A consultoria considera a fonte nuclear como “limpa”, uma classificação bastante controversa. Somando renováveis e nuclear, a Ember aponta que essas fontes atingiram 39% da eletricidade global. No entanto, pela primeira vez desde 2011, houve queda na produção nuclear e menos novas usinas nucleares e hidrelétricas entrando em operação.

O recorde de geração eólica e solar em 2022 foi repercutido também por EuronewsDW e France24.