11/12/2024 - 16:13
Um estudo publicado nesta segunda-feira, 9, no PNAS (Proceeding of the National Academy of Sciences) anunciou a descoberta de mais sete “cometas negros” no sistema solar. De acordo com a Nasa, agência espacial americana, os objetos são caracterizados por se parecerem com asteroides, mas terem a dinâmica de movimento de cometas.
Segundo a agência, os primeiros indícios da existência de cometas negros foram percebidos em 2016, quando a trajetória do 2003 RM, um objeto que se acreditava ser um asteroide, se moveu da sua órbita esperada, um desvio que não podia ser explicado por outras acelerações típicas de tais corpos celestes, como o efeito Yarkovsky.
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O primeiro cometa escuro foi observado há dois anos e, desde então, outros 6 objetos similares haviam sido identificados. As novas descobertas apresentadas esta semana dobraram o número conhecido de tais corpos celestes.
O estudo dividiu os astros em duas categorias diferentes, a dos cometas negros externos – com órbitas elípticas, localizados nas áreas distantes do centro do sistema solar, e que possuem centenas de metros de diâmetro – e dos internos – que são menores e possuem órbitas circulares nas regiões próximas de Mercúrio, Vênus, Terra e Marte.
De acordo com Davide Farnocchia, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, a perturbação observada em 2016 no 2003 RM é comum para situações em que um material volátil sai da superfície de um cometa. “Mas, por mais que tentássemos, não conseguimos encontrar nenhum sinal da cauda. Parecia qualquer outro asteroide, tinha apenas um ponto de luz”, explicou o pesquisador.
Um ano após a observação de movimento no 2003 RM, telescópios da Nasa identificaram o Oumuamua, o primeiro corpo celeste documentado que se originou fora do sistema solar e apareceu com um único ponto de luz, como um asteroide, mas também se mostrou como um cometa negro. Ao longo dos anos, outros exemplares similares foram identificados.
Apesar das descobertas, ainda não se sabe o que causa a aceleração dos “cometas negros”, onde se originam e se contém gelo. “Cometas negros são uma nova fonte potencial para ter entregue os materiais à Terra que eram necessários para o desenvolvimento da vida”, pontuou Darryl Seligman, do departamento de Física da Universidade Estadual de Michigan.