Estátua em tamanho real celebra Freya, o mamífero marinho que encantava o público nas águas de Oslo até ser sacrificado pelas autoridades, gerando indignação pública.Foi inaugurada neste sábado (29/04) na Noruega uma escultura de Freya, a morsa que foi sacrificada no ano passado, provocando indignação pública.

A escultura em tamanho real retrata Freya deitada na costa rochosa da Marina Kongen, em Oslo, capital norueguesa.

Em 2022, o mamífero marinho de 600 quilos encantou o público por meses nas águas da cidade, perseguindo patos e cisnes e tomando banho de sol em pequenos barcos que penavam para sustentar seu corpo.

A Diretoria de Pesca da Noruega optou por sacrificar o animal em agosto, argumentando que havia sinais de que Freya estaria passando por estresse e em meio a temores de que ela representasse uma ameaça ao público, que não mantinha distância conforme solicitado.

Indignação pública

Muitos na Noruega condenaram a eutanásia de Freya, chamando a decisão de vergonha nacional. A indignação inclusive se espalhou para além das fronteiras do país escandinavo.

Uma campanha online de arrecadação de fundos para uma estátua de bronze da morsa levantou cerca de 270.000 coroas norueguesas (cerca de R$ 126.500) em questão de dias.

Erik Holm, organizador da campanha de financiamento coletivo, disse que fez isso porque estava “furioso com a maneira como a Diretoria de Pesca e o Estado lidaram com a situação”.

“Além da questão de Freya, precisamos nos perguntar como tratamos os animais e a natureza. Precisamos pensar em nossa relação com a vida selvagem”, afirmou Holm.

A história de Freya

Freya – cujo nome se refere à deusa nórdica da beleza e do amor – foi vista pela primeira vez nas águas da capital norueguesa em meados de julho de 2022.

Suas façanhas, que incluíam perseguir um pato e atacar um cisne, intrigaram os moradores locais e chegaram às manchetes da imprensa norueguesa.

Antes de se estabelecer no fiorde de Oslo, Freya foi flagrada no Reino Unido, na Holanda – onde chegou a ser vista relaxando num submarino naval holandês – e na Dinamarca.

Apesar dos repetidos apelos das autoridades, curiosos interessados continuaram a abordá-la, às vezes com crianças e até mesmo dentro da água.

As autoridades consideraram realocar a morsa, mas decidiram que a operação era muito arriscada e acabaram sacrificando Freya.

ek (AFP, DPA)