24/06/2019 - 16:35
Uma recente expedição do Programa de Avaliação Rápida (RAP) da Conservação Internacional e do Governo de Honduras se dirigiu para uma área da densa e quase inexplorada floresta tropical de La Mosquitia, em Honduras. Lá encontrou um tesouro de biodiversidade em meio às ruínas do que se acredita ser a lendária “Cidade Perdida do Deus Macaco”, também conhecida como “Cidade Branca” – embora alguns historiadores ainda questionem isso.
Independentemente do debate arqueológico, conforme detalhado em um relatório divulgado esta semana, a avaliação biológica documentou 246 espécies de borboletas e mariposas, 198 espécies de aves, 57 de anfíbios e répteis, 40 de pequenos mamíferos, 30 de grandes mamíferos – como pumas, jaguatiricas e jaguarés – 13 peixes e 183 espécies de plantas, 14 delas ameaçadas e duas em risco de extinção, além de insetos e roedores.
O mais surpreendente é que pelo menos 22 dessas espécies nunca haviam sido registradas em Honduras antes e a equipe ainda “redescobriu” três espécies supostamente extintas: o morcego-pálido, que não era visto havia mais de 75 anos no país; a falsa cobra coral da árvore, que tinha sido registrada pela última vez em 1965 em Honduras; e um tipo de besouro-tigre (Odontochila nicaraguense), que, por se acreditar ser endêmico da Nicarágua, achava-se que estava totalmente extinto.
Por ser uma das florestas tropicais mais virgens da América Central, durante as três semanas da expedição, realizada ainda em 2017, a equipe da RAP foi acompanhada por guardas armados. A proteção se devia ao medo de predadores selvagens, como onças e onças-pardas, mas também porque a área é conhecida por ser usada por narcotraficantes.
As novas descobertas serviu de estímulo extra para o presidente Juan Orlando Hernández dar início à Fundação Kaha Kamasa, com o intuito de promover pesquisas científicas e ajudar o governo a desenvolver estratégias de proteção ao valor excepcional de conservação dessa região.