Simulações feitas por computador apontaram que a influência de estrelas que passam pelo Sistema Solar pode fazer a Terra colidir com outro planeta ou ser lançada para fora da órbita do Sol. Apesar disso, não há com o que se preocupar já que a chance de um evento como esse acontecer nos próximos cinco bilhões de anos é de 0,2%.

O estudo, elaborado por Nathan Kaib, astrônomo do Instituto de Ciências Planetárias, de Iowa (EUA), e por Sean Raymond, da Universidade de Bordeaux, na França, foi publicado no “arXiv.org” em 7 de maio. As informações são de um artigo da revista “Science News”.

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Segundo os astrônomos, a órbita de Mercúrio ao redor do Sol, que tem um formato oval, poderia ser alterada devido às oscilações gravitacionais de Júpiter, um perigo que pode ser exacerbado pela influência gravitacional de estrelas que passam ao redor do Sistema Solar.

Uma vez em desordem, Mercúrio poderia colidir com o Sol ou com Vênus. O caos resultante poderia levar Marte ou Vênus a se chocarem com a Terra ou fazer com que nosso planeta fosse engolido pelo Sol.

Ainda, a colisão entre um dos astros com a Terra poderia fazê-la ir em direção a Júpiter e a gravidade do gigante gasoso “ejetaria” nosso planeta do Sistema Solar. “Nenhuma dessas coisas é provável”, reiterou Kaib.

Pelos próximos cinco bilhões de anos — maior parte da vida útil restante do Sol — as chances de uma catástrofe como essa acontecerem com a Terra são de 0,2%, com base no número de estrelas que passam perto do sistema solar.

De acordo com Kaib, as estrelas mais perigosas são as que mais se aproximam, chegando a menos de 100 vezes a distância do Sol que a Terra está. A chance de um encontro próximo como esse é de 5% em 5 bilhões de anos.

Estrelas que se movem lentamente, menos de dez quilômetros por segundo em relação ao Sol, também representam um risco por prolongarem seus efeitos gravitacionais sobre os planetas.

As simulações apontaram que Plutão tem 4% de chance de colidir com outro planeta ou sair do Sistema Solar, número 20 vezes maior que o da Terra. Atualmente, o astro cruza o caminho de Netuno enquanto orbita o Sol, mas os dois corpos celestes estão sincronizados de maneira que ficam muito distantes.

Entretanto, os impactos gravitacionais de estrelas ao redor do sistema solar podem tirar Plutão da sua sincronia com o astro. O planeta anão poderia ser lançado para fora de sua órbita ou colidir com um dos gigantes gasosos mais próximos, Netuno e Urano.