A Amazônia pode morrer e já tem data para isso acontecer. O alerta está na capa da renomada revista Nature e vem de um estudo liderado por cientistas brasileiros. Até 2050, quase metade da floresta amazônica pode entrar num processo de colapso sem chance de recuperação.

O motivo? Estresse hídrico. Devido a fatores como aumento das temperaturas, secas extremas, incêndios e desmatamento, com as mudanças climáticas como pano de fundo.

O estudo inova ao apontar onde a floresta morreria primeiro: no norte de Mato Grosso e em Rondônia. A região central do estado do Amazonas estaria também seriamente ameaçada.

Há 30 anos, o climatologista Carlos Nobre e o americano Thomas Lovejoy foram os primeiros a calcular o quanto de desmatamento a Amazônia suportaria sem perder sua capacidade de se regenerar. Na época, a estimativa era de 40%.Em 2018, com apoio de mais tecnologia, eles revisaram esse número para entre 20 e 25%.

O que o estudo que saiu agora na Nature mostra é que os distúrbios considerados na pesquisa afetariam 10% da floresta existente. E o cenário seria devastador.

Isso porque, se somarmos a isso os 15% de vegetação nativa que já foi perdida, chegaríamos a um total de 25% de destruição. Ou seja: superando a cota estimada lá atrás pelos estudos de Carlos Nobre, o tão falado “ponto de não retorno” para a Amazônia.