21/11/2025 - 14:26
Um novo inibidor da lipase de monoacilglicerol (MAGL), chamado MCH11, reduziu significativamente o consumo de etanol e a motivação para beber em camundongos machos e fêmeas, segundo estudo recente que também identificou diferenças dependentes do sexo no efeito do medicamento. O composto demonstrou potencial terapêutico contra a dependência de álcool e modulou mecanismos moleculares ligados ao sistema de recompensa do cérebro.
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O estudo avaliou o MCH11 por meio de uma série de análises farmacológicas e comportamentais, incluindo testes de ansiedade, depressão, cognição e impulsividade. Além de modelos clássicos de consumo voluntário de álcool e autoadministração oral. A substância atingiu concentração plasmática máxima uma hora após a administração e elevou especialmente os níveis de 2-AG, um dos principais endocanabinoides responsáveis pela regulação emocional e da recompensa.

Entre os resultados destacados, o MCH11 produziu efeitos ansiolíticos e antidepressivos sem alterar locomoção e a memória, e diminuiu de forma expressiva comportamentos impulsivos. O consumo e a preferência por etanol caíram nas duas principais estratégias de avaliação: escolha entre garrafas e autoadministração. Quando combinado ao medicamento topiramato, já utilizado clinicamente, houve efeito sinérgico na redução da ingestão.
As análises por PCR revelaram ainda que o composto modulou genes relacionados aos receptores opioides e canabinoides, assim como à tirosina hidroxilase, enzimas e receptores essenciais para o sistema dopaminérgico da recompensa. Os efeitos variaram entre machos e fêmeas, indicando que terapias com moduladores do sistema endocanabinoide podem exigir abordagens específicas por sexo.
Diante da alta taxa de recaída nos tratamentos atuais, que pode atingir 70% em um ano, e do impacto do alcoolismo, responsável por 2,6 milhões de mortes anuais, os autores consideram que o MCH11 representa um caminho promissor para o desenvolvimento de novas terapias. No entanto, reforçam que os resultados precisam ser confirmados em estudos clínicos com humanos.
