A equipe de pesquisa de John Willman, antropólogo biológico da Universidade de Coimbra, Portugal, descobriu que várias pessoas da era do gelo utilizavam piercings nas bochechas, incluindo crianças de apenas 10 anos.

Os acessórios possivelmente sinalizavam que a residente pertencia a um grupo familiar específico. Por meio da análise de dezenas de esqueletos pavlovianos, o time revelou que os dentes acabavam se movendo e se desgastando ao longo do tempo pelo uso da peça.

O nome dado ao piercing antigo é labret, um termo que vem do latim e se refere à palavra lábio. A justificativa da escolha se baseia no local e na forma como eles eram colocados – na área da bochecha ou no lábio inferior.

As primeiras análises indicam que os labrets encontrados eram feitos com materiais perecíveis, como madeira e couro, o que fez com que eles se degradassem após o sepultamento.

“Obter seu primeiro labret parece ter ocorrido na infância, já que o desgaste é documentado em alguns dentes de leite”, disse Willman. Os pesquisadores afirmam que a corrosão dentária é maior em estruturas adultas, o que indica que conforme o envelhecimento os piercings antigos eram trocados por peças maiores.

O achado abre portas para que novas informações sobre as antigas sociedades, seu modo de vida e comportamento sejam observadas pelos especialistas.