Uma série de estudos conduzidos por neurocientistas indica que a poluição do ar pode impactar diretamente na probabilidade de desenvolvimento de demência e outros transtornos. A análise da pesquisadora Deborah Cory-Slechta, da Universidade de Rochester, Nova York, foi pioneira dos achados biológicos .

Investigações recentes confirmaram que níveis mais altos de poluição do ar estão relacionados com o aumento de casos de demência, depressão, ansiedade e psicose. Também foram observados impactos em condições do neurodesenvolvimento, como autismo e déficits cognitivos em crianças.

Em 2020, a Comissão Lancet sobre Demência reconheceu a poluição do ar como um fator de risco para a condição e em seu relatório lançado no ano passado afirmou que a exposição a partículas transportadas pelo ar “agora é de intensa preocupação e interesse”.

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Essa área de pesquisa ainda sofre com a falta de atenção e investimento, fazendo com que suas descobertas apareçam lentamente. Porém, a apuração recente faz com que os órgãos ambientais e de pesquisa sejam forçados a reconhecer a importância da situação.

As diretrizes globais de qualidade do ar, alteradas em 2021, da Organização Mundial da Saúde (OMS), já enfatizaram a importância do estudo dos efeitos neurológicos da poluição do ar em pessoas jovens e idosas.

“Os pesquisadores agora devem tentar descobrir os mecanismos por trás desses problemas para tomar medidas para mitigar tais questões”, disse Ian Mudway, toxicologista ambiental do Imperial College London e coautor de um dos relatórios sobre o caso, para o periódico Nature.

Os próximos passos dos laboratórios internacionais são procurar e divulgar qual dos compostos emitidos na atmosfera é o mais prejudicial, buscando a diminuição dele e alertando a população mundial da seriedade da questão.