Secretário de Trump anuncia que seu país bombardeou mais uma embarcação em águas internacionais perto da Venezuela, matando “narcoterroristas”.O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, anunciou nesta sexta-feira (03/10) via Twitter que os EUA bombardearam mais um barco em águas internacionais perto da Venezuela. Desta vez, quatro pessoas, descritas pelo funcionário americano como “narcoterroristas”, foram mortas na operação.

“Seguindo ordens do presidente Trump, dirigi um ataque letal contra uma embarcação de tráfico de drogas afiliada a organizações terroristas designadas”, publicou ele na rede social. “Quatro narcoterroristas a bordo da embarcação foram mortos no ataque, e nenhuma força americana ficou ferida”, acrescentou Hegseth, também publicando um vídeo.

Na filmagem, de quase 40 segundos, uma embarcação pode
ser vista se movendo na água antes que projéteis
parecem atingir simultaneamente o barco e a água, fazendo com que o barco exploda com o impacto.

O secretário informou que a ação “ocorreu em águas internacionais na costa da Venezuela, enquanto o navio transportava quantidades substanciais de narcóticos com destino aos Estados Unidos para envenenar” os americanos. “Esses ataques continuarão até que cessem os ataques contra o povo americano!”, acrescentou.

“Nossos serviços de inteligência, sem dúvida, confirmaram que este navio estava traficando narcóticos”, afirmou, sem fornecer evidências, o secretário de Defesa, que havia recebido de Trump a denominação secundária de “secretário da Guerra” – legalmente, a classificação só pode ser modificada com aval do Congresso americano.

Trump afirmou, também sem apresentar provas, em uma postagem que o barco tinha drogas suficientes para matar de 25 mil a 50 mil pessoas.

Pelo menos 21 mortos

Este ataque se soma aos outros quatro que os Estados Unidos, segundo a contagem do próprio presidente Donald Trump, realizaram desde setembro contra supostos navios de tráfico de drogas no Caribe, três deles perto da Venezuela e outro perto da República Dominicana. O número de mortos até o momento é de pelo menos 21.

Os ataques foram alvo de críticas, em parte porque o governo americano inicialmente não forneceu nenhuma explicação sobre a base legal para as operações, que, segundo os críticos, equivalem a execuções extrajudiciais em águas internacionais.

Em uma notificação enviada ao Congresso e divulgada na quinta-feira, Trump declarou que seu país está envolvido em um “conflito armado” contra cartéis de drogas, dando-lhe justificativa legal para as operações no Caribe. Esse deslocamento militar foi criticado pelo governo deNicolás Maduro, que o considera uma ameaça de um possível ataque contra a Venezuela.

md (EFE, AFP, Reuters)