Departamento de Estado americano vetou ainda a entrada de outros cinco cidadãos da Alemanha, México, Argentina, África do Sul e Paraguai. Governo não divulgou nomes e tem incentivado denúncias.Os Estados Unidos revogaram os vistos de seis estrangeiros devido a declarações depreciativas relacionadas com o assassinato do ativista de direita Charlie Kirk, informou o Departamento de Estado americano em sua conta no X nesta terça-feira (14/10).

Entre os citados, há um cidadão brasileiro que teria dito que “Charlie Kirk foi o motivo de um comício nazista onde marcharam em sua homenagem” e que Kirk “morreu tarde demais”, afirmou o órgão, sem citar nomes.

Entre os afetados, estão ainda cidadãos da Alemanha, México, Argentina, África do Sul e Paraguai.

“Os Estados Unidos não têm nenhuma obrigação de acolher estrangeiros que desejam a morte de americanos”, publicou o órgão.

“O Departamento de Estado continua a identificar os titulares de vistos que comemoraram o hediondo assassinato de Charlie Kirk.”

Homenagem a Kirk

O anúncio das revogações aconteceu no mesmo dia em que o presidente Donald Trump concedeu postumamente a Kirk, que faria 32 anos na terça, a Medalha Presidencial da Liberdade, a maior honraria civil do país.

Kirk foi morto a tiros em um evento universitário no estado de Utah em 10 de setembro. Ele visitava o campi com sua organização Turning Point USA, que fundou aos 18 anos, convidando para debates provocativos estudantes, principalmente aqueles com visões políticas opostas.

Ele construiu uma reputação como defensor da liberdade de expressão, embora críticos o acusassem de promover visões racistas, homofóbicas, transfóbicas e sexistas.

Kirk era um defensor declarado de Trump, que culpou a retórica “radical de esquerda” pelo ataque, atraindo críticas de oponentes que disseram que seus comentários contribuíram para a divisão nacional.

Histórico de tensões

O Departamento de Estado havia alertado em setembro que cidadãos estrangeiros poderiam ter seus vistos revogados se justificassem o ataque online.

Em maio, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, anunciou que os EUA passariam a negar vistos de entrada no país a autoridades estrangeiras que “sejam cúmplices na censura de americanos”.

No caso do Brasil, oito juízes do Supremo Tribunal Federal, além de outras autoridades e suas famílias, foram alvo de sanções, como a revogação de seus vistos, em meio à escalada das tensões entre os dois países pelo julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado por liderar uma tentativa de golpe de Estado.

Várias figuras da mídia americana também enfrentaram reações negativas, como o comediante e apresentador de talk show Jimmy Kimmel, que teve seu programa suspenso após comentários sobre o ataque.

O governo intensificou ainda os esforços para identificar e potencialmente expulsar milhares de estrangeiros nos Estados Unidos, principalmente estudantes, que, segundo a Casa Branca, fomentaram ou participaram de distúrbios ou apoiaram publicamente protestos contra as operações militares de Israel em Gaza.

O vice-presidente JD Vance e outros altos funcionários dos EUA têm incentivado as pessoas a denunciarem linguagem ofensiva sobre Kirk na internet.

sf/ra (dpa, AP, ots)