País é membro permanente do conselho e, por isso, tem poder de veto. Texto defendido pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, previa trégua para ajuda humanitária e teve 13 votos a favor.Os Estados Unidos vetaram nesta sexta-feira (08/12) um projeto de resolução do Conselho de Segurança da ONU que exigia um cessar-fogo humanitário imediato na Faixa Gaza, apesar do apelo inédito lançado pelo secretário-geral da organização, António Guterres.

A resolução, de autoria dos Emirados Árabes Unidos e apoiada por dezenas de Estados-membros, teve 13 votos a favor e uma abstenção (Reino Unido). No entanto, foi rejeitada devido ao voto contrário dos Estados Unidos, um dos cinco membros permanentes do conselho e, portanto, com poder de veto.

Os Estados Unidos justificaram o veto afirmando que um cessar-fogo imediato manteria o grupo radical islâmico Hamas no poder na Faixa de Gaza e lhe permitiria realizar mais ataques terroristas.

A votação ocorreu depois de Guterres ter invocado, na quarta-feira, pela primeira vez desde que se tornou secretário-geral da ONU, o artigo 99º da Carta das Nações Unidas, pedindo ao Conselho de Segurança, o único órgão da ONU cujas decisões têm caráter vinculativo, que “evitasse uma catástrofe humanitária” no enclave palestino e aprovasse um cessar-fogo.

Antes da votação, Guterres argumentou que “a violência perpetrada pelo Hamas” não poderia “justificar de forma alguma a punição coletiva do povo palestino”.

Ajuda humanitária

O projeto de resolução manifestava “grave preocupação com a situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza e com o sofrimento da população civil palestina”, sublinhava que “as populações civis palestinas e israelenses deveriam ser protegidas de acordo com o direito humanitário internacional” e exigia um cessar-fogo humanitário imediato.

Além disso, o texto também pedia a libertação imediata e incondicional de todos os reféns e a garantia de acesso humanitário.

le (Lusa, ots)