20/07/2022 - 15:03
A intensificação de eventos climáticos extremos na Austrália nos últimos anos está precipitando uma verdadeira catástrofe ambiental, com a perda significativa de diversas espécies, especialmente de mamíferos. Um levantamento apresentado por cientistas, a pedido do governo australiano, mostrou que o país é o que perdeu mais espécies de mamíferos do planeta nas últimas décadas, acometidas principalmente pelos incêndios florestais que se tornaram frequentes neste período.
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Mas o fogo não é a única ameaça à diversidade biológica australiana. Na terra, o avanço da mineração e a ocorrência de outros eventos climáticos, como enchentes e tempestades, também estão deixando a vida natural mais exposta ao risco de extinção. No mar, o aquecimento das águas oceânicas está colocando em risco a vida natural na Grande Barreira de Corais, que vem experimentando sucessivos episódios de branqueamento massivo.
O relatório elevou o número de espécies na lista de ameaçadas na Austrália, que agora somam 533 de fauna e 1.385 de flora, um aumento de 8% em relação ao que se tinha em 2017, na edição anterior deste documento. Mais da metade das espécies vulneráveis figuram como ameaçadas ou criticamente ameaçadas. Para os autores do estudo, os incêndios históricos que ocorreram na virada de 2019 para 2020 respondem por esse aumento significativo da perda de vida natural. “O relatório é um documento chocante”, reconheceu a ministra australiana do Meio Ambiente, Tanya Plibersek. “Ele nos conta uma história de crise e declínio evidente do meio ambiente em nosso país.”
O relatório foi destaque em diversos veículos, com manchetes em Al-Jazeera, Deutsche Welle, Independent, NY Times e Reuters. Já o site The Conversation publicou um artigo dos autores principais do estudo, no qual eles sintetizam seus principais pontos.