29/09/2025 - 18:41
Tang Renjian foi considerado culpado de usar cargos para receber subornos ao longo de mais de uma década. Pena foi suspensa por dois anos, e ex-dirigente pode ter sentença comutada para prisão perpétua.O ex-ministro da Agricultura e Assuntos Rurais da China, Tang Renjian foi condenado no domingo (28/09) à pena de morte por “aceitar subornos”, segundo informou a agência oficial de notícias Xinhua.
No entanto, a pena foi suspensa por dois anos, numa prática relativamente frequente no país em casos de corrupção. Isso implica que, se o réu não cometer novos delitos e tiver bom comportamento durante o período de suspensão, a pena pode ser comutada para prisão perpétua.
Segundo a Xinhua, Tang foi condenado por um tribunal da cidade de Changchun, que determinou que, entre 2007 e 2024, o ex-ministro se aproveitou de diferentes ocupados no período para favorecer terceiros em negócios, licitações ou concursos de emprego, aceitando em troca dinheiro e bens com valor equivalente a cerca de R$ 200 milhões. Tang ocupou o cargo de ministro da Agricultura entre dezembro de 2020 e setembro de 2024.
Todas as propriedades pessoais de Tang serão confiscadas e os ganhos ilegais obtidos com subornos serão recuperados para engrossar as contas nacionais, acrescentou a decisão.
“Os crimes de Tang representaram graves danos aos interesses do Estado e do povo, fazendo com que merecesse a pena de morte. No entanto, levando em consideração sua cooperação ao confessar seus crimes, ao devolver os ganhos ilícitos e outros fatores atenuantes, o tribunal ofereceu clemência”, destacou a Xinhua.
Segundo a agência oficial de notícias, Tang se declarou culpado e “expressou remorso” em seu depoimento final.
Queda
Tang estava “sob investigação disciplinar” desde maio do ano passado, e havia sido expulso do Partido Comunista da China em novembro por “graves violações disciplinares” e a “suspeita de que aceitou subornos”, com as autoridades oficializando sua detenção semanas mais tarde.
Os principais órgãos anticorrupção do Estado e do partido o haviam acusado de “ser ineficaz na implementação de decisões”, de “tomar decisões às cegas”, de “estar moralmente corrompido” e de “mostrar uma ganância desenfreada”.
Sua destituição no ano passado elevou a três o número de ministros do governo chinês abruptamente demitidos desde que, em julho de 2023, o então titular das Relações Exteriores, Qin Gang, perdeu o cargo apenas sete meses após sua nomeação e depois de não ter sido visto em público durante um mês.
Também em 2023, o então titular da Defesa, Li Shangfu, foi também destituído sem explicações e posteriormente expulso do Partido Comunista após ser acusado de um crime de corrupção.
Após sua chegada ao poder em 2012, o atual secretário-geral do partido e presidente da China, Xi Jinping, iniciou uma campanha anticorrupção na qual vários funcionários chineses de alto escalão e até cartolas de futebol foram condenados por aceitar subornos milionários.
Embora esta campanha, um dos programas de destaque de Xi, tenha descoberto importantes casos de corrupção no seio do partido, alguns críticos apontaram que também poderia estar sendo utilizada para acabar com a carreira política de alguns de seus rivais.
jps (EFE, ots)